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A história do Kiss: Dos primeiros anos ao encerramento de sua carreira

No início dos anos 1970, a cena musical de Nova Iorque estava efervescente, com o rock se consolidando como um dos gêneros mais influentes. Foi nesse ambiente que Paul Stanley e Gene Simmons se conheceram e começaram a compartilhar suas aspirações musicais. Ambos tinham uma visão clara: criar uma banda que fosse maior que a vida, tanto em som quanto em presença de palco.





Paul Stanley, nascido Stanley Bert Eisen, e Gene Simmons, cujo nome verdadeiro é Chaim Witz, formaram uma conexão imediata por meio de suas paixões musicais e ambições. Em 1972, depois de uma tentativa fracassada de sua primeira banda Wicked Lester, decidiram começar do zero. A primeira peça do quebra-cabeça foi Peter Criss, recrutado após responder a um anúncio em uma revista musical que prometia um som pesado e teatral. Peter Criss, cujo nome verdadeiro é George Peter John Criscuola, trouxe consigo sua experiência nas baquetas e um estilo que complementava a visão de Stanley e Simmons.





A última peça desse quebra-cabeça se fechou com a entrada de Ace Frehley, nascido Paul Daniel Frehley. Ace se destacou durante as audições por sua habilidade na guitarra. Sua personalidade excêntrica e talento musical o tornaram a escolha perfeita para a formação original do Kiss. Com Criss na bateria, Frehley na guitarra solo, Stanley na guitarra rítmica e Simmons no baixo, a banda estava pronta para trilhar seu caminho.

Kiss deu muito certo no início de sua carreira devido ao momento cultural da época, afinal, o glam rock estava em alta e bandas como T. Rex e David Bowie influenciando a estética e a performance. Stanley e Simmons queriam levar isso a outro patamar, criando um espetáculo visual e sonoro que se tornaria a marca registrada do Kiss. Essa ambição, combinada com o talento individual de cada membro, pavimentou o caminho para o sucesso iminente da banda.

Os primeiros discos e o caminho para o sucesso

Os anos iniciais da banda Kiss foram marcados por uma série de lançamentos que estabeleceram a base de sua carreira. O primeiro álbum, intitulado simplesmente Kiss (1974), apresentou ao mundo um som cru e energético, caracterizado por faixas como “Strutter” e “Deuce”. Apesar de não ter sido um sucesso comercial imediato, o álbum foi responsável pela criação da identidade sonora e visual da banda, com suas maquiagens vistosas e performances quentes.

Em seguida, ainda em 1974, veio Hotter Than Hell. Este álbum continuou a desenvolver o som característico da banda, com canções como “Parasite” e “Hotter Than Hell”. A produção, no entanto, foi criticada por ser um tanto quanto abafada, o que prejudicou sua recepção inicial. Mesmo assim, o Kiss começou a ganhar um público fiel, especialmente através de suas apresentações ao vivo, que eram descritas como espetáculos teatrais e energéticos.

Dressed to Kill, lançado em 1975, trouxe um avanço significativo. Com faixas como “Rock and Roll All Nite”, que se tornaria um hino do rock, o álbum ajudou a banda a solidificar sua presença na cena musical. A recepção foi mais positiva em comparação aos trabalhos anteriores, e o Kiss começou a atrair mais atenção da mídia e do público.

No entanto, foi o lançamento do álbum ao vivo Alive! (1975) que catapultou a banda para o estrelato. Capturando a essência de suas performances ao vivo, Alive! tornou-se um sucesso comercial e de crítica, finalmente estabelecendo o Kiss como um nome significativo no rock. O álbum destacou a habilidade da banda em criar uma experiência única e memorável, algo que se tornaria uma marca registrada de sua carreira. Com Alive!, o Kiss não apenas ganhou visibilidade, mas também respeito e uma base de fãs dedicada que os seguiria por décadas.

O auge da fama: Glamour e máscaras

Durante os anos 70, o Kiss alcançou o auge de sua fama, catapultando seu nome como uma das bandas mais importantes do rock. Álbuns como Destroyer (1976), Rock and Roll Over (1976), e Love Gun (1977) não apenas conquistaram fãs ao redor do mundo, mas também estabeleceram novos padrões na indústria musical. Esses lançamentos foram essenciais para o sucesso comercial da banda, com músicas que se tornaram hinos, como “Detroit Rock City” e “I Want You”.

O Kiss se diferenciou de outras bandas da época através de suas performances ao vivo espetaculares e altamente teatralizadas. As máscaras e as personalidades de palco dos membros da banda – The Demon, Starchild, Spaceman e Catman – contribuíram significativamente para seu apelo visual e impacto cultural. Cada show era uma experiência única, repleta de pirotecnia, efeitos especiais e figurinos extravagantes, cativando o público e criando uma atmosfera inesquecível.

Foto: Kiss. Crédito: Armando Gallo

As máscaras e os personagens não eram meros artifícios; eles ajudaram a construir uma mitologia em torno da banda, tornando-se um elemento central de sua identidade. Esta abordagem visualmente permitiu ao Kiss se destacar em um mar de bandas que, muitas vezes, pareciam descartáveis. Além disso, a interação do grupo com os fãs durante os shows reforçou um sentimento de conexão e exclusividade, contribuindo para uma base de fãs extremamente leal e apaixonada.

A combinação de músicas cativantes, performances ao vivo eletrizantes e uma estética única garantiu ao Kiss um lugar de destaque no cenário musical dos anos 70. Esse período de maior sucesso não só definiu a carreira da banda, mas também deixou um legado duradouro na história do rock, influenciando inúmeras bandas e artistas que vieram depois.

Declínio e mudanças: O fim da fase das máscaras

No final dos anos 70 e início dos anos 80, a popularidade do Kiss começou a declinar. A banda, que havia se tornado um ícone do rock graças a seus shows pirotécnicos e maquiagens distintivas, enfrentou desafios internos e externos. A exaustão causada por turnês incessantes e a pressão para continuar inovando cobraram seu preço. A saída do baterista original, Peter Criss, em 1980, marcou o início de um período tumultuado. Criss foi substituído por Eric Carr, que trouxe uma nova energia, mas a química original do grupo já estava comprometida.

A situação se agravou com a saída do guitarrista Ace Frehley em 1982, outro membro fundador cuja presença era crucial para a identidade do Kiss. Frehley foi substituído por Vinnie Vincent, um guitarrista talentoso, mas que nunca conseguiu se integrar completamente ao espírito da banda. Essas mudanças de formação refletiam problemas maiores, incluindo discordâncias criativas e pessoais entre os membros remanescentes, Paul Stanley e Gene Simmons.

Diante desse cenário, o Kiss tomou uma decisão radical em 1983: abandonar as máscaras. O lançamento do álbum ‘Lick It Up’ marcou a primeira vez que a banda se apresentou ao público sem suas maquiagens características. A mudança foi uma tentativa de renovar sua imagem e atrair uma nova geração de fãs. Embora o álbum tenha sido bem recebido e a nova fase tenha gerado interesse, o impacto visual do Kiss sem máscaras foi um choque para muitos fãs antigos, que associavam a banda à sua estética única.

Foto: Kiss. Crédito: Michael Putland.

Essa transição, embora necessária para a sobrevivência do grupo, trouxe consequências mistas. Por um lado, permitiu que o Kiss explorasse novas direções musicais e se mantivesse relevante no cenário do rock. Por outro, a remoção das máscaras fez com que alguns fãs sentissem que a magia do Kiss havia se perdido. A banda continuou a se reinventar ao longo da década de 80, mas o período marcou definitivamente o fim de uma era icônica na história do rock.

A retomada ao sucesso: Anos 80 e 90

A nova formação do Kiss lançou o álbum ‘Creatures of the Night’ em 1982, que foi bem recebido tanto pela crítica quanto pelos fãs. Este álbum marcou um retorno ao som pesado que caracterizava os primeiros trabalhos da banda, ajudando a reconquistar parte de seu público original. Canções como “I Love It Loud” e a faixa-título demonstraram a capacidade contínua do Kiss de criar músicas cativantes e energéticas.

Nos anos seguintes, a banda continuou a se adaptar às mudanças no cenário musical. O álbum ‘Revenge’, lançado em 1992, é um exemplo claro dessa adaptabilidade. Com uma produção mais moderna e letras mais maduras, ‘Revenge’ foi um sucesso comercial e crítico. Faixas como “Unholy” e “Domino” mostraram que o Kiss ainda tinha muito a oferecer em termos de inovação e relevância.

Além dos lançamentos de álbuns, o Kiss também focou em expandir sua presença ao vivo. A banda manteve uma agenda de turnês robusta, que ajudou a manter a base de fãs e atrair novos seguidores. A performance ao vivo sempre foi um ponto forte do Kiss, e durante essas décadas, eles continuaram a oferecer shows espetaculares que combinavam música de alta energia com produção teatral impressionante.

Com essas estratégias, a banda conseguiu equilibrar a preservação de sua identidade clássica e dar novos passos na sua carreira, garantindo assim seu sucesso contínuo ao longo das décadas de 80 e 90.

O retorno das máscaras: A reunião da formação original

Em 1996, a banda Kiss surpreendeu o mundo do rock ao anunciar a reunião da formação original, composta por Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss. Esta não foi apenas uma reunião de membros, mas também um retorno das icônicas máscaras que haviam se tornado sinônimo da identidade visual da banda. A decisão de voltar a vestir as máscaras trouxe uma onda de nostalgia, envolvendo fãs antigos que haviam acompanhado o início da banda e atraindo uma nova geração curiosa sobre o fenômeno Kiss.

A turnê de reunião, intitulada “Alive/Worldwide Tour”, foi um sucesso estrondoso. Iniciada em 1996, a turnê percorreu diversos países, com ingressos esgotados rapidamente, provando que o magnetismo da banda permanecia intacto. A resposta do público foi fenomenal, com shows lotados e uma recepção calorosa em cada apresentação. Este período não apenas revitalizou a popularidade da banda, mas também reintroduziu o Kiss no cenário musical global como um ícone do rock em grande estilo.

Durante a reunião, a banda lançou o álbum “Psycho Circus” em 1998, que foi promovido como o primeiro álbum com a formação original desde “Dynasty” de 1979. O álbum trouxe de volta a essência teatral e o som característico do Kiss, sendo bem recebido tanto pela crítica quanto pelos fãs. Canções como “Psycho Circus” e “We Are One” destacaram-se, reafirmando o talento da banda em criar hits memoráveis. Além do álbum, a banda também lançou projetos especiais, incluindo um filme em 3D e uma série de quadrinhos, expandindo ainda mais o universo Kiss.

O impacto nostálgico da reunião foi profundo. Para os fãs antigos, foi uma chance de reviver os momentos áureos da banda, enquanto para os novos, foi uma oportunidade de experimentar a magia do Kiss ao vivo.

Os últimos anos: A persistência no rock

Nos anos 2000 e 2010, o Kiss demonstrou uma determinação implacável em manter sua presença no cenário do rock. Mesmo enfrentando desafios pesados, a banda continuou a lançar álbuns e realizar turnês mundiais, solidificando sua longevidade e relevância. Um dos marcos dessa fase foi o lançamento de ‘Sonic Boom’ em 2009, o primeiro álbum de estúdio do grupo em mais de uma década. Este trabalho foi bem recebido pelos fãs e críticos, destacando-se pela ótima produção e uma sonoridade que remete aos clássicos do Kiss.

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Em 2012, a banda lançou ‘Monster’, um álbum que reafirmou seu compromisso com sua essência. ‘Monster’ não apenas agradou aos fãs maia antigos, mas também atraiu uma nova geração de ouvintes. O álbum foi caracterizado por riffs poderosos e letras que capturavam o espírito rebelde da banda.

Ao longo desses anos, a formação da banda passou por mudanças, com novos integrantes trazendo um novo ar a banda. Mas mesmo assim ainda manteve as bases do Kiss como seu estilo teatral e pirotécnico, as turnês do Kiss nos anos 2000 e 2010 foram espetáculos de rock autêntico, reafirmando o legado da banda como uma das maiores forças do gênero.

A Turnê Final: O Encerramento de uma Era

Em 2018, a icônica banda norte-americana Kiss anunciou sua turnê final, intitulada ‘End of the Road’. Esta turnê marca o encerramento de uma carreira lendária que se estende por mais de quatro décadas. Para a banda, esta decisão simboliza um ponto culminante de anos de dedicação ao rock ‘n’ roll. Para os fãs, representa uma oportunidade única de celebrar a música e a teatralidade que definiram o Kiss.

A ‘End of the Road’ foi meticulosamente planejada para ser um evento espetacular, digno do legado da banda. Os shows ficaram conhecidos por suas produções extravagantes, que incluem pirotecnia, efeitos especiais e performances energéticas. Cada apresentação é uma viagem nostálgica pelos maiores sucessos do Kiss, como “Rock and Roll All Nite” e “Detroit Rock City”, proporcionando aos fãs uma experiência inesquecível.

A recepção do público foi extraordinária. Desde o anúncio, ingressos esgotaram rapidamente, mostrando o entusiasmo global em torno desta despedida histórica. Fãs de todas as idades compareceram aos shows, demonstrando a vasta influência da banda ao longo das gerações. Muitos enxergam essa turnê como uma celebração não apenas da música do Kiss, mas também da comunidade e da cultura que a banda ajudou a construir.

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