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Rock Rarity apresenta: Missing Link

MISSING LINK foi uma banda alemã sediada em Munique, na encruzilhada dos paradigmas musicais do início dos anos setenta. De um lado soprava a velha rajada de vento com “odor” psicodélico, e do outro, a brisa JazzRock mais Progressiva que a MISSUS BEASTTLY de meados dos anos 70 executava.

O MISSING LINK teve a sorte de cruzar o caminho de Gerhard Augustin, que cuidava dos negócios do AMON DÜÜL II e que estava em busca de novos talentos para a United Artists, cuja matriz era na Inglaterra. Após provar sua capacidade no palco, o MISSING LINK assinou um contrato pra gravar três álbuns, porém somente “Nevergreen” foi gravado em 1972 e mais um single em 1973. Apesar da capa tosca, esse é um álbum sensacional, onde a banda executa uma mistura de Heavy Prog com Jazz-Rock e uma pequena dose de elementos psicodélicos, como era o comum naquela época. Infelizmente o contrato com a United Artists alemã foi rompido pois a gravadora enfrentava uma série crise financeira e a banda se desfez já em 1973.

Musicalmente “Nevergreen” é bastante variado e intenso, às vezes soando como KRAAN tocando faixas do COLOSSEUM e vice-versa. Teclados e saxes estão por toda parte, complementando as excelentes linhas de baixo “atrevidas” que levam a guitarra + o som geral a um território pesado. O vocalista pode não ter a melhor técnica, mas em termos de matéria-prima ele tem uma voz de tenor muito bacana o que costuma ser uma exceção quando se trata de bandas tão obscuras.

Há ótimas faixas e musicalidade sólida ao longo do álbum com teclados/piano, baixo, sax, bateria e guitarra. É um trabalho focado no Jazz-Rock, com instrumentações principais e de apoio convincentes, muita sinergia e estruturas musicais Progressivas. A harmonização das linhas de sax e guitarra, órgão ou baixo, como nos destaques “Only Me” e “Kid’s Hunting” são um verdadeiro deleite, assim como o teclado e o piano tocados em “Song for Ann”. Há um pouco de influência clássica, enquanto o impulso da banda é geralmente um estilo de Rock mais pesado. Apesar de serem de forma relativamente livre no estilo Free-Jazz geral, essas faixas são estruturadas de forma mais distinta e discriminada do que a maioria do Krautrock jazzístico como EMBRYO ou MISSUS BEASTLY.

Com o fim do MISSING LINK, o tecladista Dieter Miekautsch atuaria nos álbuns “We Keep On” e “Bad Heads and Bad Cats” do EMBRYO, bem como no segundo lançamento homônimo de MISSUS BEASTLY em 1974. O baterista Holger Brandt integraria as bandas BETWEEN e SAHARA (disco “For all the Clowns”).

Em 2005 a Garden of Delights, relançou “Nevergreen” incluindo um histórico completo da banda e uma faixa bônus “Friday on my Mind” retirada de um single. Embora não seja considerado um clássico por muitos especialistas da cena Progressiva alemã dos anos 70, “Nevergreen” está absolutamente emparelhado aos lançamentos de EMBRYO, KRAAN ou THIRSTY MOON e indicado fortemente aos fãs dessas bandas. Talvez não seja um álbum essencial, mas certamente é uma excelente adição a qualquer coleção Prog!

Artista: MISSING LINK
Álbum: Nevergreen
Ano: 1972
Gêneros: Krautrock, Jazz Rock, Heavy Prog
País: Alemanha

Missing Link – Nevergreen!

1. Spoiled love
2. Song for Ann
3. Time will change
4. Only me
5. Sorcery
6. Filled up
7. Kids hunting

Músicos

– Markus Sing / guitarra
– Gunther Latuschik / saxofone
– Gabriel Dominik Mueller / vocais
– Dieter Miekautsch / teclados
– Dave Schratzenstaller / baixo
– Holger Brandt / bateria

Autor

  • Fabio Costa

    Desde os 13 anos de idade quando conheceu o rock sua vida ganhou outro sentido. Costuma dizer que tem o bichinho da curiosidade, e isso sempre o impulsionou a pesquisar e conhecer mais e mais bandas de variados estilos e épocas, principalmente dentro da Música Progressiva, sua maior paixão. É dono dos blogs “A Máquina de Fazer Sonhos” (amakina.blogspot.com) e “Rock Story” (rockstoryblog.blogspot.com), e atualmente apresenta os programas “Rock Laser” e “Na Hora do Rock” pela ProgSky web radio (ProgSky.com), nos quais deseja proporcionar ao ouvinte o mesmo prazer que sente ao ouvir música de qualidade.

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