Uma despedida à altura de uma das maiores bandas brasileiras de todos os tempos — e, no metal, certamente entre as mais relevantes. O Sepultura revisitou boa parte de seus álbuns marcantes, incluindo lados B, como a ótima “The Treatment”, do subestimado “A-lex”, além de antiguidades que empolgam qualquer fã, como “Troops of Doom”, do segundo álbum “Morbid Visions”, de 1986, e faixas de “Schizophrenia”, de 1987.
Nem a noite intensamente fria abalou o bom público presente no Araújo Viana, em evento produzido pela Opus Entretenimento. Quem esteve lá testemunhou uma grande performance ao vivo de uma banda que se despede em grande estilo, ainda impulsionada pelo ótimo momento do álbum “Quadra”, que recolocou o grupo no radar do mainstream do metal.
Um pequeno deslize, porém, foi a escolha do espaço. Fazer shows de metal em teatros ainda soa como algo deslocado — a estrutura não favorece o estilo. Ficou evidente o desconforto do público, que claramente se sentiria mais à vontade em uma pista livre, com espaço para pular e curtir como manda o gênero.
Mas, ao conversar com o público, uma dúvida paira no ar: será que a banda não volta aos palcos com os irmãos Cavalera daqui a alguns anos? Estaria tudo, aos poucos, sendo preparado?
Em tempos de tantos retornos inesperados, não parece impossível imaginar os mineiros arquitetando um futuro ambicioso — tanto para a banda quanto para os fãs. Talvez seja apenas uma pausa para reorganizar as ideias e respirar, o que seria mais do que justo após os episódios recentes na vida pessoal de Andreas Kisser.
Tomara que isso aconteça. Embora, pelas declarações recentes, não haja muito entusiasmo em torno dessa possibilidade, só o tempo dirá.
Sepultura… do Brasil e sempre será.
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