Há quatro décadas, o álbum Para Viajar no Cosmos não Precisa Gasolina, do talentoso Nei Lisboa, aterrissou no planeta terra.
Este disco se tornou um clássico, deixando sua marca na cultura regional, especialmente durante um período efervescente para a música gaúcha. E agora, ele retorna em uma reedição cuidadosamente elaborada pelo selo Toca do Disco, uma loja tradicional de discos de vinil em Porto Alegre.
Tive o privilégio de testemunhar a gravação do podcast “A História do Disco“, conduzido pela jornalista Bruna Paulin no Gravador Pub, que também foi a produtora executiva desta nova versão do álbum.
Além de Nei Lisboa, o podcast contou com a participação de Augusto Licks, que se juntou aos Engenheiros do Hawaii após o lançamento deste álbum na época, e Dedé Ribeiro, responsável por empresariar Nei naquelas anos. A conversa descontraída revelou os bastidores da criação do disco e como ele foi concebido.
É interessante destacar a atitude do it yourself do artista que apostou no crowdfunding, muito antes do mesmo se tornar popular com a ajuda da internet. A iniciativa, conhecida como “Nei Lisbônus”, foi um sucesso e oferecia recompensas aos compradores antecipados do álbum, fazendo com que a gravação e lançamento dele pudesse se tornar uma realidade.
“Para Viajar no Cosmos não Precisa de Gasolina” é um álbum singular que fortaleceu a cena da Música Popular Gaúcha (MPG), assim como a MPB ganhou sua sigla. O relançamento deste álbum icônico foi motivado por uma parceria entre a Toca do Disco e a equipe de produção, com Bruna Paulin desempenhando um papel importante de produtora executiva.
A ideia do relançamento
“Já havia uma parceria da Toca do Disco com a produção do Nei de dez anos atrás, o A Vida Inteira (2013) foi financiado pela loja em vinil, mas não com um penso de uma edição, de um selo, de uma curadoria, mas sim como um aporte no financiamento”, explicou a produtora executiva desta reprensagem, Bruna Paulin.
A jornada para trazer esse álbum de volta à vida não foi fácil. Lidar com a liberação de direitos autorais, especialmente considerando a participação de outros compositores além de Nei Lisboa, foi uma das maiores dificuldades enfrentadas. No entanto, a perseverança e o compromisso com o projeto prevaleceram.
O álbum é um verdadeiro reflexo de uma geração, incorporando influências da música regional, brasileira e internacional, como o blues. Além de ser uma viagem musical, ele também nos transporta de volta a uma Porto Alegre de décadas passadas, capturando a efervescência cultural da época, que não se limitava apenas à música, mas também abraçava outras formas de expressão, como teatro, literatura e cinema.
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