Paul Simon, ícone da música folk e integrante do lendário duo Simon & Garfunkel, abriu seu coração sobre os desafios e adaptações enfrentados após ser diagnosticado com perda auditiva quase total no ouvido esquerdo.
A condição surgiu repentinamente durante as gravações de seu trabalho mais recente, Seven Psalms (2023), e desde então, o cantor e compositor tem buscado formas de continuar criando e se apresentando ao vivo.
Em entrevista ao programa CBS Mornings, transcrito pela NME, Simon compartilhou que o impacto inicial foi profundamente frustrante. “No começo, fiquei muito bravo por isso ter acontecido”, revelou. “Acho que o que mais me preocupava era não conseguir ouvir bem o suficiente para realmente aproveitar o ato de fazer música.”
Diante das limitações, Simon começou a reimaginar seu repertório, optando por versões mais minimalistas de suas canções. “Está tudo muito mais quieto”, explicou. “Não é algo como ‘You Can Call Me Al’. Isso acabou. Não consigo fazer essa.” Apesar das dificuldades, ele permanece otimista. “Até agora, a perda auditiva não afetou minha criatividade. Não acho que a criatividade pare com a deficiência.”
Simon também refletiu sobre a resiliência criativa em meio às adversidades, citando o pintor Henri Matisse como inspiração. “Matisse, quando estava no fim da vida, imaginou todos aqueles recortes enquanto estava na cama. Ele teve um período criativo incrível”, disse, reforçando sua crença de que limitações físicas não precisam frear o processo artístico.
O diagnóstico inicial de perda auditiva foi um mistério para os médicos, como o próprio artista comentou em entrevista ao The Times no ano passado: “Perdi a maior parte da audição no meu ouvido esquerdo, e isso aconteceu de repente. Ninguém tem uma explicação para isso.” No entanto, ele revelou recentemente, durante a estreia do documentário In Restless Dreams: The Music of Paul Simon, que sua audição havia melhorado parcialmente, permitindo que ele voltasse a tocar violão e cantar com mais conforto.
“A música é uma parte essencial de mim”, concluiu, reafirmando seu compromisso com a arte, independentemente das adversidades.
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