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A New Flame, a história por trás do terceiro álbum do Simply Red

Estamos em 1989, e a cena musical está repleta de energia. O Simply Red, liderado pelo soulful Mick Hucknall, já tinha conquistado corações com seus álbuns anteriores. Inclusive, havia se apresentado pra mais de 80mil pessoas em São Paulo, no festival Hollywood Rock, ao lado de Duran Duran, UB40, Pretenders, Paralamas, Ultrage a Rigor, Lulu Santos, Marina Lima, Titãs e Ira! Mas foi A New Flame que ele literalmente incendiou o mundo.





Bem, Atrás de todo grande álbum há uma história, e A New Flame não é exceção. Mick Hucknall, o carismático vocalista, encontrou inspiração nas altas e baixas do amor. O álbum se tornou uma tela para ele pintar as vívidas emoções do romance, da desilusão e tudo mais.





Mas, por mais que a banda estivesse a mil, a saída do guitarrista Sylvain Richardson deixou um buraco na formação do grupo. E como eles haviam se apresentado pela América do Sul e sabendo como a banda havia se saído bem, Huckanll convidou o guitarrista brasileiro Heitor “TP” Pereira para preencher essa lacuna deixada por Richardson. E assim, com o novo cara, embarcaram para Montserat, onde fica o estúdio de Sir George Martin.

Foto: Divulgação

E desde o começo fica claro que Heitor deu ao Simply Red aquele toque suave e sensual que Mick Hucknall buscava. Pra mim, em termos de comparação, é mais ou menos o que Nile Rodgers trouxe para o Chic. E essa aquisição fez a banda ficar mais sofisticada. De quebra, teve a produção de Stewart Levine, que havia produzido o primeiro disco da banda e que já havia trabalhado com Lionel Richie, Van Morrison, Joe Cocker, Sly & The Family Stone e até o Killing Joke. O disco então prometia ser mais elegante e simplificado.

Esse disco é cheio de groove funkeados, e muitas pitadas de jazz e soulpop. Já de quebra temos um cover de Barry White, It’s Only Love. A instrumentação nesta faixa é tão elegante e clara que, se ela fosse apenas como instrumental, seria uma música agradável de ouvir. Hucknall parece extremamente confortável ao interpretar uma música de um vocalista tão distinto como Barry White, sabe?. Embora a voz de Hucknall seja evidentemente muito diferente, ele mantém a alma em sua apresentação e a música permanece um número suave e sensual.

Em A New Flame, ele decididamente declara seu amor pela soul music setentista, você consegue ver essa paixão em todo o disco. Ainda no lado A temos um toque mais disco music em To Be With You e ele mostrando seu lado reggae em More.

Indo para o lado B do disco, temos Turn it Up, outra faixa com ares disco music, uma balada Love Lays It Tune. É importante lembrar que em 1989 o Simply Red ocupava uma posição de destaque no mercado e já havia alguns singles de sucesso. Então essa balada era algo que os fãs pudessem já esperar, algo semelhante ao que já haviam feito com Holdin Back the Years. She’ll Have to Go é a mais fraquinha do disco, ela fica presa mais nos anos 80.

Ai temos a grande canção do disco e tenho certeza absoluta que você ai de casa vai sacar: If You Don’t Know me By Now. Apesar de ser mais um cover, desta vez de Harold Melvin & The Bluenotes, que ainda ganhou destaque na trilha sonora da novela Sexo dos Anjos Internacional. Enough, a faixa que fecha o disco é uma das mais fortes do álbum, uma levada funk com um refrão pegajoso.

Em meados de 1989, ficou claro que A New Flame havia superado em muito as expectativas, catapultando Hucknall para alturas ainda maiores. O primeiro álbum a vender um milhão de cópias no Reino Unido em 1989, provou que o single anterior da banda número 1 nos EUA, Holding Back The Years, não foi único.

Embora o Simply Red desenvolvesse ainda mais seu som em seu próximo álbum, Stars, não há dúvidas de que A New Flame iluminou o caminho, colocando-os em uma trajetória pioneira que os tornaria uma das maiores bandas dos anos 90.

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