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Em estreia solo, Gilmour exerce influência no anos seguintes de Pink Floyd

O ano era 1978, o Pink Floyd estava no seu auge criativo, uma brecha entre Animals e The Wall, foi o que David Gilmour necessitava para lançar seu primeiro solo.

A banda ainda vivia a era Roger Waters que se estendeu até o The Final Cut de 1983, um momento hegemônico e soberano da liderança do baixista no Floyd. 

Prova disso, foi sua influência junto aos outros integrantes na expulsão de Richard Wright em The Wall, anos mais tarde, Wright voltou em A Momentary Lapse of Reason e de 1987, já sobre o reinado de Gilmour na banda.

Esse contexto é importante relatar para entender não só questões de direcionamentos musicais que ocorreram nas diversas encarnações do Pink Floyd, mas a citação sobre o lançamento do primeiro trabalho solo de David Gilmour, faz a gente refletir o que se transformou a banda sobre sua liderança.

É incrível como existem artistas que possuem uma digital clara, uma marca única em seu som, um DNA que logo nos primeiros acordes mostram toda sua personalidade.

Um desses artistas é o nosso protagonista desta história, você já deve ter percebido que estou falando de David Gilmour e como seu primeiro trabalho solo reverbera em tudo o que Floyd faria a partir do disco de 87.

https://youtu.be/OMZQKdP7kmI

Empunhado de sua Fender Stratocaster de timbres marcantes, harmonias profundas e lentas, seu disco de estreia é uma aula de rock.

Antes de adentrarmos a ele, vale ressaltar que David Gilmour não esqueceu o passado e escalou para acompanhá-lo dois músicos que tocaram com ele na sua banda pré Pink Floyd, o baixista Rick Wills e o baterista Willie Wilson da banda Jokers Wild.

O álbum começa com a elegante instrumental ‘Mihalis’, com uma condução na cozinha extremamente de bom gosto, timbres limpos e requintados que acompanha a guitarra majestosa de Gilmour, mesmo em sua parte mais pesada, a clareza das notas de seu solo majestoso é total.

‘There´s No Way Out of Here’ é uma que deixa claro logo no início digitais do artista, um cover da banda de folk rock, Unicorn mas que nas mãos de Gilmour parece ser uma música sua. O interessante é que o guitarrista do Pink Floyd produziu a banda em 73.

‘A Cry From The Street’ começa com um riff blues rock que poderia ter vindo de algum artista americano como Billy Gibbons, isso até a entrada dos arranjos e a quebrada na levada que Gilmour apresenta na faixa que a partir desse momento nos faz cair novamente no universo gilmouriano. Liricamente, a música é o despertar em uma realidade que você vive e percebe não pertencer a ela ou ainda que você está com alguém que talvez não devesse estar.

As próximas duas faixas “So Far Away’ e ‘Short and Sweet’ são aquelas que direcionam o Pink Floyd nos anos de sua liderança na banda. Impossível não perceber essa influência, as progressões de acordes são únicas e marca registrada do músico. 

Ambas as faixas são muito diferentes, enquanto em So Far Away tem uma calmaria em sua condução e mesmo em momentos épicos, estes são contidos. Em ‘Short and Sweet’, temos uma construção de acordes muito peculiar do músico, e com uma agressividade domesticada pelo timbre dos riffs iniciais da música, sendo seguido pela linhas vocais construídas em cima delas. A cozinha impecável e apresenta uma clareza ímpar.

Tanto So Far Away e Short And Sweet são faixas que caberiam muito bem em um disco como A Momentary Lapse of Reason e The Division Bell.

Seguimos com ‘Rise My Rain’, outra maravilha instrumental com progressões de acordes e solo com DNA do artista. Aliás, como é limpo e com ataques potentes os solos de Gilmour.

‘No Way’ mergulha em um faroeste jazzy gilmouriano, são poucos os artistas como ele que consegue te tirar de um mundo físico e transportá-lo para universos ficcionais imaginários através da música.

Liricamente, a faixa parece ter um significado dúbio, um recado para sua banda em específico para Waters, ou para um amor vivido. Trechos como: ”I won’t go down easy, that’s not my style”, “Now you might believe I’m not a happy man” e “Well, the boat we’re sailing, we have a leak or two”, mostra essa duplicidade de interpretação.

Deafinitely, outra instrumental, parece ter pressa em acabar para dar lugar a última do disco, ‘I Can’t Breathe Anymore”, mais um recado dado diretamente através da faixa título.

Musicalmente voltamos ao universo gilmourianocom belo dedilhado inicial e linhas vocais que carimbam seu estilo de cantar. As camas de teclados são um show à parte conduzidas até o momento da explosão com uma agressividade comedida de guitarras distorcidas, uma cozinha muito coesa e pesada, teclados em camadas destacadas que conduz ao fim da música e do disco.

Um álbum que conectou futuro e passado não só da carreira brilhante deste músico mas da banda que ele lidera(ou).

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