Nick Drake morreu em 1974 sem saber o alcance que sua música teria nas décadas seguintes. Filho da zona rural inglesa, Drake lançou apenas três discos entre 1969 e 1972.
Nenhum deles teve repercussão comercial à época, nem gerou turnês ou aparições públicas frequentes. Hoje, é considerado um dos nomes mais referenciados da música acústica do pós-guerra britânico.
Nascido em 19 de junho de 1948, em Rangum, na então Birmânia britânica, Drake cresceu em Tanworth-in-Arden. Seu contato com a música começou em casa, com os pais tocando piano e registrando canções caseiras em fita. Na adolescência, já compunha com fluência e demonstrava habilidade particular ao violão com afinações alternativas. Seu estilo se consolidaria como algo quase próprio: introspectivo, harmônico e sem precedentes claros.
O disco de estreia, “Five Leaves Left”, saiu em 1969 pelo selo Island Records, com produção de Joe Boyd. Com arranjos de cordas e intervenções delicadas, o álbum não foi bem recebido comercialmente. Mesmo com participações de músicos como Richard Thompson e Danny Thompson, vendeu pouco. A crítica da época também o ignorou, com exceção de poucas resenhas em veículos como Melody Maker.
Dois anos depois, Drake lançou “Bryter Layter”, mais elaborado e com instrumentação jazzística. Participaram do disco membros do Fairport Convention e o tecladista John Cale, do Velvet Underground. A sonoridade mais expansiva não trouxe o retorno esperado, e Drake se distanciou ainda mais do mercado. Após esse segundo fracasso, seu estado emocional piorou, com episódios de reclusão prolongada relatados por amigos.
Em 1972, ele gravou “Pink Moon”, de forma rápida e quase solitária, em apenas dois dias de estúdio. Sem músicos convidados, o álbum foi inteiramente registrado com voz e violão, com poucas sobreposições. Contando com 11 faixas curtas, o disco parecia um adeus. Segundo o produtor John Wood, foi entregue sem explicações. “Pink Moon” passou despercebido, mas se tornaria, anos depois, o mais cultuado de sua discografia.
Nick Drake morreu em 25 de novembro de 1974, após ingerir uma dose fatal de antidepressivos. Aos 26 anos, deixou um catálogo pequeno, porém coeso, sem desvios estéticos ou concessões comerciais. Nos anos 1990, sua música começou a circular em compilações, trilhas sonoras e comerciais. Um anúncio da Volkswagen com a faixa “Pink Moon” reacendeu o interesse do público jovem nos Estados Unidos.
Desde então, seus discos foram reeditados em CD e vinil, com remasterizações e projetos gráficos cuidadosos. Críticos como Simon Reynolds (The Guardian) e Ann Powers (NPR) analisaram sua obra sob novas lentes. Nick Drake tornou-se referência para nomes como Elliott Smith, Norah Jones, Bon Iver e Iron & Wine.
10. River Man
“River Man”, do álbum de estreia de Nick Drake, é uma fusão de folk–jazz e cordas. Musicalmente, a faixa se apresenta como uma das melhores obras do artista. Danny Thompson, do Pentangle, tocou contrabaixo na canção. O arranjo de cordas foi feito por Harry Robinson. “Five Leaves Left” contou com diversos músicos convidados.
9. From The Morning
A última faixa de “Pink Moon”, de Nick Drake, oferece um contraste. Ela traz esperança ao cantar: “A day a day, and it was beautiful”. Essa melodia alegre encerra o álbum de 28 minutos. Isso pode te convidar a ouvi-lo novamente.
8. Thing Behind The Sun
Ao ouvir Nick Drake, você pode escolher o misticismo da melodia. Ou, então, se aprofundar nas letras que ele escreveu. “Things Behind the Sun”, do álbum “Pink Moon”, ilustra isso. A faixa une letras sombrias a melodias belas. Ela mostra a perspectiva de Drake sobre a depressão. Uma união sutil de escuridão e luz.
7. Nothern Sky
John Cale, do Velvet Underground, usa celesta, piano e órgão. A canção de amor suingante é de “Bryter Layter”. A celesta ressoa suave, enquanto o piano rola. Nick Drake fala sobre os efeitos do amor. “Nunca me senti tão louco por magia / Nunca vi luas ou soube o significado do mar”. “Nunca segurei a emoção na palma da minha mão / Ou senti a doce brisa no topo de uma árvore / Mas agora você está aqui.”
6. Time Has Told Me
A música de Nick Drake atraiu vários músicos ao longo do tempo. O REM citou-o como inspiração para suas criações. The Cure tirou seu nome da letra de uma canção de Drake: “Uma cura para uma mente perturbada”. A faixa “Leaves Left” define o clima do álbum. Ela conecta vocais melancólicos a melodias suaves. O trabalho de Drake permanece uma referência para muitos artistas.
5. One Of These Things First
“One of These Things First” é uma canção exuberante. Com notas suaves de piano, sua simplicidade atinge o ouvinte. Há um arrependimento na letra. Drake canta sobre o que poderia ter sido. “Eu poderia ter sido seu pilar”, diz um verso. A música convida à nostalgia e reflete sobre a passagem do tempo.
4. Place To Be
Nick Drake finalizava as palavras em suas canções de um modo peculiar. Era uma técnica sutil, que acrescentava força. Isso é notável na faixa “Pink Moon”. Na música, ele busca conforto simples diante da desilusão da vida. Drake expressa: “E eu era verde, mais verde que a colina / Onde as flores cresciam e o sol ainda brilhava / Agora sou mais escuro que o mar mais profundo / Apenas me deixe, me dê um lugar para ficar.”
3. The Thoughs of Mary Jane
Não é segredo que Nick Drake fumava maconha. Isso faz de “Mary Jane”, no título da canção, uma possível alusão à erva. Contudo, a letra não aponta para uma direção clara.
“O jeito que ela canta / E seus anéis coloridos / Fazem dela a princesa do céu” pode evocar diferentes imagens. Desde anéis de fumaça até uma garota com peculiaridades encantadoras. O significado permanece aberto à interpretação.
2. Pink Moon
“Pink Moon”, faixa-título do último disco de Nick Drake, ganhou alcance. Um comercial da Volkswagen nos anos 1990 ajudou na sua popularidade. A canção é doce e delicada, com apelo universal. Quando Drake canta sobre a lua rosa, ele mostra sua ternura.
1. Hazey Jane II
“Hazey Jane II”, do álbum “Bryter Later”, une a poesia de Nick Drake à guitarra de Richard Thompson. A melodia é mais animada que a de “Hazey Jane I”. Contudo, a letra revela o isolamento de Drake. Ele canta sobre amigos que o protegiam entre livros e discos. O artista transforma sua solidão em uma canção suave.
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