Em sua longínqua carreira, David Bowie flertou com diversos estilos e gêneros musicais, andou pelo folk, glam-rock, soul, krautrock e por aí afora, não é atoa que ele é chamado de camaleão do rock.
Além claro de incorporar diversos personagens e alter egos como Ziggy Stardust, o alienígena Aladdin Sane, Major Tom, tudo isso nos anos 70.
Essa foi a época mais prolífica de David Bowie, não tem como negar, e foi bem aqui que ele apareceu com o The Thin White Duke.
Por volta da turnê de Young America, Bowie largou o glitter do glam-rock por algo mais sóbrio com uma vestimenta mais leve, utilizando de ternos e coletes.
Vestido como um verdadeiro Duque, ele começou a aparecer mais na TV e suas entrevistas controversas com apelos pró-facista acabaram sujando sua reputação, mas a verdade é que rapidamente o artista se pronunciou: estes comentários eram interpretações teatrais baseados nesse personagem.
Para ele, que nessa fase estava afundado na cocaína e que anos depois revelou serem os dias mais sombrios de sua vida, The White Thin Duke era um personagem ariano e fascista, um aspirante a romântico sem absolutamente nenhuma emoção mas que transpirava neo-romance.
Segundo Bowie:
“Foi um período perigoso para mim. Eu estava no limite físico e emocional e tinha sérias dúvidas sobre minha sanidade”.
A origem do The Thin White Duke
Sabendo desse contexto de adicto, é provável que o personagem mais polêmico de David Bowie tenha vindo da inspiração na literatura do escritor beat William S. Burroughs no qual ele conheceu em 1973.
Burroughs era conhecido por uma escrita experimental e intoxicante, seu processo criativo era inconsciente.
Muitos acreditam que Bowie tirou o nome do personagem, The Thin White Duke, do clássico livro do escritor, Almoço Nú, com diversas passagens confusas e sem relação entre elas, uma característica do autor.
Foi quando Burroughs se refere ao sêmen como uma corda branca e fina é onde muitos acreditam que o músico inglês teria retirado o nome do Duque.
Assim, seria correto afirmar que Thin White Duke seria um poeta beat também?
Créditos fotos: John Rowlands e Andrew Kent
Deixe um comentário