Jimmy Page e o álbum subestimado do Led Zeppelin

Os grandes gênios da história, independentemente de sua disciplina, sempre enfrentaram momentos de incompreensão. No mundo da música, muitos álbuns inicialmente receberam críticas negativas, mas foram valorizados com o passar do tempo. Um exemplo notável é Led Zeppelin III (1970), o terceiro álbum do lendário quarteto formado por Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham. Apesar de incluir clássicos como Immigrant Song, Celebration Day e Since I’ve Been Loving You, o álbum não foi bem recebido por todos na época de seu lançamento.

Uma crítica da Rolling Stone elogiou That’s the Way como “linda e genuinamente comovente”, mas chamou as músicas mais pesadas de cruas e indiferenciadas. Outros críticos chegaram a afirmar que o material do álbum imitava a música de Crosby, Stills, Nash & Young.

No entanto, a percepção popular do álbum mudou ao longo dos anos. Em uma entrevista de 2015 para a revista Uncut, Jimmy Page comentou sobre essa mudança de opinião: “O que você precisa lembrar é que agora recebemos todos esses elogios, mas antes recebíamos constantemente críticas negativas. Cada vez que lançávamos um álbum, obtínhamos retornos ruins.”

Page explicou que, em retrospectiva, entende por que Led Zeppelin III foi inicialmente subestimado. “Se alguém pegasse o ‘Led Zeppelin III’, que era tão diferente do que havíamos feito antes, e tivesse pouco tempo para ouvi-lo no toca-discos do escritório, o conteúdo se perderia“, disse ele. A inovação e a diversidade musical presentes no álbum podem ter sido difíceis de digerir em um primeiro momento, mas com o tempo, essas mesmas qualidades são justamente o que o tornaram um clássico.

Hoje, Led Zeppelin III é celebrado como uma peça importante na discografia da banda, evidenciando a capacidade do Led Zeppelin de se reinventar e explorar novos territórios musicais. A jornada de incompreensão inicial para aclamação tardia reforça a ideia de que a verdadeira genialidade muitas vezes leva tempo para ser reconhecida.