Imagine isso – um jovem Lemmy, ainda não tinha empunhando um baixo, mas já cativado pela essência do rock and roll. Enquanto muitos estavam imersos nos sons da Invasão Britânica de The Beatles e The Rolling Stones, Lemmy encontrou sua verdadeira conexão com os pioneiros, desde os gritos selvagens de Little Richard até a elegância descontraída de Eddie Cochran e Gene Vincent.
Mas a história de Lemmy não começa com o Motörhead, ela inicia na névoa psicodélica da geração flower power. No meio do movimento psicodélico, Lemmy se viu carregando equipamentos para nada menos que Jimi Hendrix, ajudando o lendário guitarrista a esculpir os sons que ecoariam pela história.
Um dos primeiros shows pagos de Lemmy envolveu o apoio a Hendrix, uma experiência hipnotizante que preparou o terreno para o que estava por vir. O palco pode ter sido montado, mas Lemmy ainda não tinha pegado um baixo. Isso mudou inesperadamente quando os iniciantes locais do Hawkwind se viram sem um baixista no dia de um show crucial. O vocalista, mesmo nunca tendo tocado um baixo antes, foi convencido a entrar, e essas tentativas modestas deixaram uma marca indelével na banda.
Essa performance improvisada levou Lemmy a se tornar membro permanente do Hawkwind, onde até emprestou sua voz para alguns de seus maiores sucessos como Silver Machine. Enquanto o Hawkwind mergulhava no lado mais pesado do flower power, alinhado com os sons psicodélicos do início do Pink Floyd, Lemmy encontrou uma enorme satisfação em tocar música para qualquer pessoa que quisesse ouvir.
Mas toda história tem suas reviravoltas, e a jornada psicodélica de Lemmy com o Hawkwind deu uma guinada inesperada quando ele foi dispensado por questões relacionadas a drogas.
Mesmo após ser despedido dos Hawkwind devido a questões relacionadas a drogas, não se deixou abater. Ao contrário, viu nisso uma oportunidade de encontrar um novo caminho. Formou uma nova banda, dando a ela o nome da última música que compôs para o antigo grupo: Motörhead. A separação dos Hawkwind pode não ter sido amigável, mas coincidiu com uma mudança de guarda no cenário musical.
A trajetória de Motörhead, liderada por Lemmy, marcaria a transição de uma era. Enquanto o som psicodélico ainda ecoava em 1968, Lemmy estava prestes a lançar as bases de um novo gênero com sua abordagem corrosiva ao rock and roll.
Hawkwind pode ter decidido que não precisava de Lemmy, mas a formação de Motörhead coincidiu com uma mudança de paradigma sonora.
A música de Lemmy evoluía, assim como ele próprio, recusando-se a se conformar com as expectativas convencionais da indústria da musica.
Motörhead tornou-se pioneiro na fusão de punk e heavy metal com sua abordagem crua e autêntica. A banda, liderada por Lemmy, desafiou as convenções musicais da época, explorando novos territórios sonoros.
Enquanto a psicodelia dava lugar a uma era mais pesada, Motörhead emergia como um farol de rebeldia e inovação.
As lembranças desses dias psicodélicos, onde por vezes consumiam três ou até cinco ácido antes de subir ao palco, permaneceram na memória do músico.
A mudança de ambiente musical, do psicodélico ao punk e heavy metal, ecoou nas palavras de Lemmy: “Às vezes, tomávamos três ácidos antes de subir ao palco e, às vezes, cinco. Porque todo mundo dizia que não funciona dois dias seguidos, mas descobrimos que, se dobrássemos a dose, funcionava.”
A despeito dos sons psicodélicos estarem na moda em 1968, Lemmy, anos depois, estava à beira de um novo gênero com sua nova banda, Motörhead.
Enquanto a banda marcava território na história do rock, Kilmster olhava para trás em seus dias com a banda psicodélica com carinho, afirmando: “Hawkwind foi uma das melhores experiências que já tive em uma banda.”
Entretanto, este capítulo não possui um fim, assim como a trajetória musical de Lemmy. Este é apenas um momento na longa e infindável jornada pelo universo do rock and roll.
A narrativa continua, sem destino final, explorando os contrastes e as evoluções sonoras do vocalista e baixista.
De Hawkwind a Motörhead, de psicodelia ao punk e heavy metal, a jornada musical de Lemmy é um testemunho de sua recusa em ser aprisionado por convenções.
Ao explorarmos esta jornada infinita, somos convidados a contemplar não apenas o legado musical de Lemmy, mas também a essência do rock and roll – um terreno fértil para a autenticidade, reinvenção constante e a eterna exploração do desconhecido.
A música de Lemmy não é uma melodia que se encerra; é uma sinfonia em constante evolução, e nós, como espectadores desta narrativa musical, somos agraciados com uma experiência que transcende o tempo e as fronteiras musicais.
A história do músico está longe de terminar, pois o espírito do rock and roll vive para sempre, em cada acorde, em cada nota, guiando-nos por um caminho sem fim de descobertas musicais.
Este é apenas mais um capítulo na epopeia sonora de Lemmy, um ícone que desafiou as expectativas e que continua a inspirar gerações presentes e futuras.
E assim, seguimos adiante na sinfonia interminável de Lemmy, um herói musical cuja jornada não conhece limites.
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