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O dia em que Moby perdeu a pista por causa da cetamina (special k)

Moby é um careta, vegano militante, defensor dos direitos dos animais, parou de se drogar muito novo e mesmo se envolvendo tão cedo com a cena de música eletrônica de NY, tornando-se um ícone, sempre se considerou um peixe fora d’agua.





Drogas e manifestações culturais estão presente desde sempre, são indissociáveis os hippies e LCD, bem como, os jazzistas e a heroína, e claro, com a cultura clubber e rave não foi diferente.





Mas qual foi a surpresa de Moby que a mesma cena que ele ajudou a criar no final do anos 80 e início dos 90 em Nova Iorque, acabou o surpreendendo apenas alguns ano depois dela se tornar relevante, em 1993.

O dj foi convidado para tocar no club NASA, uma importante e prestigiada casa noturna, onde ele já havia tocado algumas vezes, sempre muito bem recebido, ele a considerava seu lar na época.

Em 1993 a onda da música eletrônica havia se distanciado dos ravers coloridos e o techno alto astral, Moby havia voltado de uma gig na Alemanha dormindo apenas duas horas na viajem e havia a noite na NASA ara ser tocado.

Sua apresentação estava marcada para a uma hora da manhã entre os djs DB e Soul Singer. Ele chegou para tocar, do lado de fora da NASA, havia ravers fazendo fila para entrar, outros andando de skate e alguns já desmaiados na calçada. Na entrada do club estava Gabe, amigo de longa data de Moby e hosts da casa, e o produtor perguntou como estava dentro da casa?

Gabe deu de ombros e respondeu: “Um monte de gente. Mas estão todos sentados na pista de dança.” E completou: “Merda, eu odeio ceretamina.”.

O que Moby prontamente respondeu: “Bem vou tocar uns discos de rave. Talvez eles acordem.”

Então Gabe olhou com ceticismo para Moby e respondeu: “Boa sorte”.

A medida que o produtor foi entrando na NASA, ele percebeu o clima pesado. O dj estava acostumado a ver as pessoas com carinhas sorridentes na camisa dançando e se abraçando, mas nessa noite, aquilo parecia um campo de refugiados. As luzes estroboscópicas atravessavam nuvens de fumaça, e , quando piscavam, conseguia-se ver ravers sentados na pista de dança, abrando os joelhos ou deitados de lado.

A música vinha do dj DB que tocava um house progressivo sombrio, uma trilha sonora perfeita para ravers como aqueles, em estado de coma.

A iluminação da noite ficava por conta de Scotto que havia trabalhado com Moby durante sua última tour pelos EUA e Europa. E assim o produtor notou a diferença e questionou o iluminador que respondeu: “Nós queríamos algo mais sinistro, mais estroboscópios e menos cor.

A música era fúnebre, e a pista de dança parecia uma sopa primordial, ideal para aqueles ravers que estavam inválidos pela cetamina.

 A cetamina é um anestésico e analgésico utilizado geralmente em cirurgias de menor duração. A substância induz um estado de transe, proporcionando alívio da dor, sedação e perda de memória. Usado como droga recreativa ela ficou conhecida por Ketamina ou Special K induz a efeitos alucinógenos dissociativos, ou seja, que distorcem a forma como as pessoas percebem pontos e sons.

Enfim chegou a hora de Moby subir nas pick-ups, ele separou alguns discos alegres pra essa noite e parece que não foi uma boa ideia, logo que ele olhou pra pista em pé, na cabine do dj, ele olhava para os ravers que estavam enfiados em seus buracos de cetamina e assim, ele se sentiu um idiota.

Ele havia separado apenas discos alegres, mas naquele momento da cena, mas os bons djs passaram a tocar o mais sinistro possível em seus estilos de música eletrônica como jungle, house e breakbeats,

Nesse momento, quando começou a tocar, ele desejou voltar há um ano atrás, para a NASA alegre onde ele havia sido amado pelos ravers e era um produtor relevante.

Passado 35 minutos de seu set, tendo apenas arrancado um grito que outro em Go, na sua clássica composição, o Soul Singer veio conversar com ele para lhe perguntar se não queria terminar mais cedo sua apresentação que normalmente durava uma hora.

Sentido que não estava agradando, ele passou a bola e saiu da cabine do DJ, logo DB veio falar com ele e disse: “Set ruim, Mo (como ele era conhecido pelos amigos).”.

E assim, ele se sentiu uam relíquia careta de 1991 e sentiu o peso da mudança de estilo musical advindo pela ketamina, uma nova droga que mudava o panorama da música eletrônica naquele momento.

Assista um pedaço a apresentação de Moby nessa noite feita por Scotto

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