A Justiça do Rio de Janeiro determinou que a música Million Years Ago, da cantora britânica Adele, não pode ser reproduzida ou comercializada no Brasil. A decisão foi tomada pela 6ª Vara Empresarial do Rio, após o compositor Toninho Geraes entrar com uma ação judicial. Ele afirma que a melodia da canção lançada em 2015 é semelhante à do samba Mulheres, gravado por Martinho da Vila em 1995.
O juiz Victor Torres destacou em sua decisão a existência de “forte indício de quase integral consonância melódica” entre as duas músicas. Como medida preventiva, plataformas digitais como Spotify, Deezer e YouTube Music precisam remover Million Years Ago de seus catálogos. Caso a ordem não seja cumprida, uma multa de R$ 50 mil será aplicada.
Contexto do caso
Toninho Geraes, compositor conhecido nas rodas de samba do Rio de Janeiro desde os anos 1980, formalizou o processo em fevereiro deste ano. Ele afirma que a semelhança melódica entre as músicas não pode ser atribuída ao acaso. Mulheres, lançada no álbum Tá Delícia, Tá Gostoso, é um dos maiores sucessos da carreira de Martinho da Vila.
Além de Adele, o produtor Greg Kurstin também é citado na ação. Geraes acredita que a admiração declarada de Kurstin pela música brasileira influenciou a composição da faixa britânica. O compositor mineiro pede uma indenização de R$ 1 milhão, além de créditos autorais e participação nos lucros arrecadados pela música.
Análises e próximos passos
O processo ainda está em andamento, e novas análises técnicas podem confirmar ou refutar as alegações de plágio. Por enquanto, apenas Toninho Geraes pode autorizar a execução de Million Years Ago no Brasil, conforme determina a Justiça.
Advogados de Geraes afirmam que tentaram uma solução extrajudicial antes de recorrer à Justiça, mas não receberam retorno da equipe de Adele. Representantes das gravadoras Sony Music e Universal, responsáveis pela distribuição de Million Years Ago, negaram envolvimento direto com a composição da música.
Impacto da decisão
A decisão chama atenção para a importância do reconhecimento dos compositores brasileiros. Toninho Geraes espera provar que o uso de uma criação sem os devidos créditos pode trazer consequências legais, mesmo em casos que envolvam artistas internacionais renomados.
Com o caso em andamento, a disputa judicial levanta debates sobre direitos autorais e o valor das composições no mercado global. Enquanto isso, entusiastas da música acompanham o desdobramento do processo que conecta o samba brasileiro à cena internacional.
Minha opinião
Se minha opinião valer de algo, eu acho que tem pouca semelhança entre as duas músicas, e não sou o único. Dá uma olhada no vídeo do Ivan Sakavicius, onde ele compara as duas. Ele entende muito mais de música do que eu, e aí vocês podem tirar suas próprias conclusões. Já deixei no momento que ele compara as duas músicas, mas vale muito a pena assistir o vídeo por inteiro, pois ele explica a diferença entre inspiração e plágio.
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