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Max Cavalera reflete sobre os 30 anos de Point Blank e a atualidade das mensagens do Nailbomb

Em entrevista recente à Sense Music Media, Max Cavalera revisitou um dos capítulos mais marcantes de sua trajetória musical: o álbum Point Blank, lançado em 1994 pelo Nailbomb. O projeto, uma colaboração entre o então vocalista do Sepultura e Alex Newport, do Fudge Tunnel, é conhecido por sua sonoridade agressiva e industrial, além de letras que abordam temas sociais e políticos com uma contundência rara.

“Eu amo muito esse disco. Acho que Point Blank é, de longe, um dos meus álbuns favoritos de todos os tempos. Foi uma explosão fazê-lo”, afirmou Max, segundo transcrição do site Blabbermouth.net. Ele descreveu o processo criativo como livre de compromissos, focado em criar algo brutal e cheio de ira: “Não nos importamos com nada. Só queríamos fazer um disco brutal e irritado, cheio de sons industriais, samplers e riffs”.

Com o aniversário de 30 anos do álbum se aproximando, Max anunciou que o Nailbomb se reunirá para uma série de apresentações em festivais na Europa no verão de 2025. Ele destacou a importância de levar o álbum ao público ao vivo: “É um daqueles discos que seria uma pena não tocar. Não sinto necessidade de regravá-lo, mas ele precisa ser ouvido. As pessoas precisam ouvir o Nailbomb”.

Um disco profético e mais atual do que nunca

Apesar de ter sido lançado há quase três décadas, Max acredita que as mensagens de Point Blank continuam extremamente relevantes nos dias de hoje. “De uma forma estranha, Point Blank foi quase profético. As coisas que estávamos cantando são o que está acontecendo agora no mundo, infelizmente”, refletiu o músico.

Ele citou canções como “24 Hour Bullshit”, que aborda a manipulação midiática; “Sick Life”, sobre o problema das drogas; e “Guerrillas”, que ganha uma ressonância sombria no contexto da guerra na Ucrânia. Sobre esta última, Max destacou o refrão: “Longe de casa, aprenda a odiar, morra pela terra, porra de desperdício”. Para ele, esses versos capturam com precisão os sentimentos de jovens soldados russos enviados ao conflito.

“Acho que é um álbum profético que, de maneira assustadora, é mais relevante agora do que quando foi lançado”, concluiu.

Point Blank consolidou o Nailbomb como um projeto de protesto musical, uma válvula de escape criativa para Max Cavalera e Alex Newport durante os anos 1990. O álbum é uma fusão visceral de punk, metal industrial e críticas sociais, um manifesto sonoro que segue impactando gerações.

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