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Os Willy Wonkas da vida real estão tentando mudar o sabor do chocolate

Aproveitando que acaba de estrear nos cinemas o filme Wonka, que conta os primórdios do maior chocolateur mundial, Willy Wonka, uma pesquisa em andamento e espalhada ao redor do mundo tenta, com o auxílio de música, alterar o sabor do chocolate. Brincar com o sabor do chocolate para criar experiências de sabores únicos levou à fama e fortuna no mundo fictício de Wonka. Agora os cientistas estão encontrando maneiras de fazer isso de verdade.

O chocolate é um alimento icônico. Desde que o chocolate em barras foi inventado, há cerca de 180 anos, ele vem capturando o imaginário de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Infinitas variações sobre o produto surgiram (e ainda surgem) nas mentes dos chocolateiros. E nós nunca nos cansamos dele. Pra você ter uma ideia, nos EUA as pessoas consomem em média 9kg do produto por ano, só perdendo pra Suíça. Bom ai também não tem como comparar.

Agora, em pleno 2023, dois pesquisadores criaram músicas para que as pessoas, enquanto vão degustando o queridinho mais amado, vão ouvindo-as e, com isso, notaram diferenças na cremosidade do produto.









Créditos: BBC/Getty Images

Alterando a experiência

Essa ideia de utilizar música é do pesquisador Reinaldo-Carvalho, que agora estuda marketing sensorial, da Escola de Administração da Universidade de los Andes, em Bogotá, na Colômbia em parceria com o psicólogo Charles Spence, de Oxford, estão descobrindo novas maneiras de intensificar a experiência do chocolate. Para este estudo, os cientistas trabalharam com Dominique Persoone, chefe da The Chocolate Line, uma renomada loja de chocolates em Bruges, na Bélgica. Eles queriam saber se o som poderia fazer o chocolate parecer mais cremoso, sem alterar em nada a composição do doce.

A Chocolate Line fabricou uma série de chocolates amargos com dois níveis de cacau, 71% e 80%. As fórmulas não continham creme ou leite. Cada tipo foi feito em dois formatos, uma cúpula lisa e arredondada e um formato angular de gema lapidada. Depois, Reinosa-Carvalho usou músicas de uma biblioteca de sons para criar faixas de dois minutos que as pessoas ouviriam enquanto comiam. Ao dar aos participantes diferentes combinações de formato, fórmula e som do chocolate e, em seguida, pedir-lhes que avaliassem a cremosidade do doce, eles puderam ver se o som mudou a experiência alimentar.

“Os resultados foram surpreendentes,” diz Reinosa-Carvalho. “Mais do que a forma e o cacau, a música afetou o sabor.” A flauta fez com que o chocolate, qualquer que fosse seu formato e fórmula, parecesse mais doce e mais cremoso. O dissonante violino pizzicato rendeu classificações menos cremosas e mais amargas. A alteração não foi massiva – em uma escala de sete pontos, eles poderiam alcançar uma diferença de um ponto – mas foi extremamente consistente.

Gostamos de pensar que sabor e sabor são inerentes àquilo que comemos. Mas a verdade é que o sabor está no cérebro de quem come. Mude o que o cérebro está vivenciando e você poderá alterar algo bastante fundamental.

O sabor está no cérebro de quem come. Mude o que o cérebro está vivenciando e você poderá alterar algo bastante fundamental.

É, parece mesmo que descobrimos os verdadeiros Willy Wonkas. E você, gostaria de participar de uma experiência assim?

Com informações da BBC.

Créditos da foto: BBC/Getty Images

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