O ex-Beatle, Paul McCartney manifestou-se contra as alterações propostas na lei de direitos autorais do Reino Unido, que podem permitir o uso de obras artísticas por desenvolvedores de inteligência artificial sem a devida compensação aos criadores.
As mudanças, em discussão no governo britânico, autorizariam empresas de IA a utilizar conteúdos disponíveis na internet para treinar seus modelos.
A proposta inclui uma “reserva de direitos”, que permitiria aos artistas optar por não participar. No entanto, McCartney e outros críticos argumentam que o processo seria inviável, já que criadores teriam de notificar individualmente cada plataforma de IA. Além disso, monitorar o uso de suas obras na internet seria praticamente impossível.
Em entrevista à BBC, McCartney destacou que a medida pode desincentivar a produção artística. “Quando éramos jovens em Liverpool, tínhamos um trabalho que amávamos e que também pagava as contas. Hoje, jovens podem escrever uma música incrível, mas não terão controle sobre ela”, afirmou. Ele citou o exemplo de sua própria canção, “Yesterday”, para ilustrar a importância da proteção aos direitos autorais.
O músico também questionou o papel do governo na defesa dos artistas. “Somos o povo, vocês são o governo! Devem nos proteger. Esse é o trabalho de vocês”, declarou. O mercado global de IA generativa, atualmente avaliado em três bilhões de dólares, pode chegar a 25 bilhões nos próximos anos, o que aumenta a preocupação com a exploração indevida de obras artísticas.
A discussão sobre os direitos autorais na era da IA ganhou força nos últimos anos, especialmente com o avanço de tecnologias capazes de reproduzir estilos e vozes de artistas. Enquanto isso, McCartney segue defendendo que a criatividade deve ser valorizada e protegida, garantindo que os criadores sejam justamente recompensados por seu trabalho.
Deixe um comentário