Muitos de nós ainda mantêm equipamentos eletrônicos que a maioria das pessoas teria abandonado há anos. Discos de vinil, CDs, fitas cassete, DVDs e consoles clássicos de videogame continuam a fazer parte do dia a dia de quem tem um apego especial pela mídia física. E uma pesquisa recente da Consumer Reports, citada em um artigo de James K. Willcox, mostrou que esse não é um fenômeno isolado.
O retorno dos formatos de áudio antigos
Equipamentos de áudio costumam durar bastante tempo, e muitos deles ainda podem ser usados sem grandes dificuldades. Além disso, receivers antigos, amplificadores valvulados e tocadores de CD continuam funcionando. A pesquisa apontou que 45% dos americanos ainda ouvem CDs. Já os discos de vinil são usados por cerca de 20% dos entrevistados, um número menor do que o esperado. Isso é surpreendente, considerando que em 2022 o vinil vendeu mais que os CDs nos Estados Unidos.

Os tocadores de música digital, como o iPod, ainda têm seu espaço, sendo usados por aproximadamente 20% das pessoas. Enquanto isso, 15% continuam ouvindo fitas cassete. Por outro lado, formatos como fitas de oito faixas e rolo ficaram restritos a colecionadores. Apenas 5% e 4% dos americanos, respectivamente, afirmam que ainda os utilizam. Ainda assim, esses números mostram que há um interesse, mesmo que limitado, por essas mídias.
DVDs, Blu-rays e a resistência da mídia física
Com o crescimento dos serviços de streaming, a previsão era de que os DVDs e discos Blu-ray desaparecessem rapidamente. No entanto, quase metade dos entrevistados ainda assiste a filmes nesses formatos. Isso acontece porque a qualidade de imagem e áudio superior, a ausência de compressão e a segurança de ter um filme disponível independentemente de acordos entre serviços de streaming são fatores determinantes.
O VHS também segue vivo. De acordo com a pesquisa, 15% dos americanos ainda assistem a fitas, impulsionados por uma comunidade de colecionadores e entusiastas do formato. Além disso, os consoles de videogame clássicos, lançados antes dos anos 2000, são usados por 14% das pessoas. Esses dados confirmam que a nostalgia e o apreço pelos jogos antigos continuam fortes.

O home office e a tecnologia do passado
Com o aumento do trabalho remoto, alguns dispositivos antigos seguem sendo usados. A pesquisa revelou que um quarto dos americanos ainda mantém uma linha telefônica fixa em casa. Seja por questões de custo ou segurança em caso de falta de energia, essa tecnologia ainda é relevante para algumas pessoas. Além disso, cerca de 15% das pessoas ainda instalam programas via CD ou fazem backup dessa forma, o que mostra que nem todos migraram para soluções totalmente digitais.
Outras tecnologias, como fax e secretária eletrônica, seguem presentes para uma pequena parcela da população. Segundo os dados coletados, 11% ainda utilizam fax e 7% fazem uso de secretárias eletrônicas. Já itens como máquinas de escrever, disquetes, pagers e impressoras matriciais praticamente desapareceram, sendo usados por menos de 5% das pessoas. Entretanto, algumas dessas tecnologias ainda resistem em nichos específicos.
Por que ainda guardamos essas tecnologias?
O apego a mídias físicas e eletrônicos antigos pode estar ligado a diferentes fatores. Para muitos, trata-se de uma questão de qualidade. CDs e discos de vinil ainda oferecem uma experiência de som superior ao streaming, assim como DVDs e Blu-rays garantem melhor imagem e áudio do que muitas plataformas digitais. Além disso, outros valorizam a tangibilidade desses formatos e a segurança de possuir uma coleção física sem depender de mudanças nos serviços online.
Enquanto a tecnologia continua avançando, é claro que certos dispositivos e formatos antigos resistem ao tempo. Seja por nostalgia, qualidade ou funcionalidade, muitas dessas mídias ainda encontram espaço na rotina de quem prefere um toque mais analógico em um mundo cada vez mais digital.
Matéria original: https://www.consumerreports.org/electronics/media-formats/holding-on-to-physical-media-a3747629925/
A pesquisa completa pode ser lida aqui:
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