Este ano, são vários os discos que estão completando 50 anos. E tem muita coisa boa ai que você vai ver e ouvir falar no podcast Redação Disconecta, no Disconecta Plus e, principalmente, no canal Minha Vida em Vinil. Cada um com seu estilo, sempre trazendo informações de qualidade e interessantes. Mas sempre há alguns discos que passam despercebido.
E, como você bem sabe, eu gosto de trazer estas coisas inusitadas pra vocês conhecerem, ou até redescobrirem. Todos estes 5 discos tem entre si um característica interessante, uma certa similaridade sonora entra eles. Ao fazer o exercício de ouvir eles na ordem que eu deixei, em alguns momentos eles vão soar parecidos, seja pela sonoridade, pelos timbres ou temas escolhidos.
Então abaixo, deixo 5 bons discos lançados em 1975 que completam 50 anos em 2025 e que talvez, você não tenha dado atenção.
STEPPENWOLF – HOUR OF THE WOLF
“Hour of the Wolf” marcou um momento peculiar na carreira da banda canadense-americana Steppenwolf. Conhecidos por sucessos como “Born to Be Wild” e “Magic Carpet Ride”, o grupo buscava reinventar sua sonoridade ao longo da década de 1970, enquanto enfrentava mudanças no cenário musical e desafios internos.
O álbum, gravado após o retorno da banda em 1974, após um período de separação, reflete um esforço para equilibrar o rock característico do grupo com elementos mais melódicos e arranjos sofisticados. “Hour of the Wolf” não obteve o mesmo sucesso comercial de álbuns anteriores. O disco alcançou posições modestas nas paradas e recebeu críticas mistas, com alguns elogiando a diversidade sonora, enquanto outros consideraram que o álbum carecia da energia bruta que definiu o Steppenwolf nos anos 60.
Apesar disso, “Hour of the Wolf” guarda seu lugar na discografia da banda como um exemplo de sua busca por inovação. O álbum também foi um dos últimos lançamentos do Steppenwolf antes de sua separação em 1976, marcando o fim de uma era e deixando um legado que ainda ressoa entre os fãs do rock clássico. Destaques para as músicas Caroline (Are You Ready for the Outlaw World, Annie Annie Over, Two for the Love of One e Mr. Penny Pincher.
Ouça abaixo:
BOB SEGER – BEAUTIFUL LOSER
O estilo agressivo de rock country de Seger já havia atraído um público local fervoroso em Michigan, levando sua estreia para a posição 66 em 1968. Mas os seis projetos de estúdio seguintes nunca passaram da posição 171.
“Beautiful Loser” é caracterizado por letras que refletem temas como as fragilidades humanas, o senso de alienação e o desejo de superação, tudo embalado por arranjos que mesclam rock, folk e um toque de soul.
O álbum é frequentemente visto como o prelúdio do monumental sucesso que viria com o disco “Live Bullet” (1976), que apresentava muitas das músicas de “Beautiful Loser” em versões ao vivo e consagraria Seger como uma das vozes mais emblemáticas do rock americano.
Destaques para Beautiful Loses, Katmandu, Jody Girl, Travelin1 Man, Momma e Nutbush City Limits, que abre o disco Live Bullet.
REO SPEEDWAGON – THIS TIME WE MEAN IT
Dentro da discografia do REO SPeedwagon esse disco não é assim uma unanimidade entre os fãs da banda. Alguns até chegam a comparar ele com alguns excrementos que não vou citar aqui.
Mas longe de ser o melhor, acho que nos anos 70 o REO Speedwagon fez a melhor música de sua carreira. Principalmente hard rock com elementos de boogie e funk, a banda produziu uma série de álbuns bons, mas nada espetaculares. This Time We Mean It é um deles.
Ainda é uma banda que tenta encontrar seu som, e os elementos clássicos estão ali, embora meio que sutilmente, mas já dá pra sacar que eles estava começando a encontrar seu caminho.
O álbum também é visto como o capítulo final da era com Mike Murphy, que deixou o grupo pouco depois. Kevin Cronin retornaria ao REO Speedwagon em 1976, trazendo uma nova dinâmica que definiria a fase mais popular da banda.
Destaques par Reelin, Out of Control, Gambler e Candalera.
ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA – FACE THE MUSIC
Acho que a palavra que resume bem este disco é EXUBERANTE. Tudo me parece feito pra soar grandioso. É um disco que navega entre o que prog rock e o pop. E talvez, dos discos aqui citados, este seja o mais conhecido de todos.
O trabalho foi o primeiro da ELO gravado nos Musicland Studios, em Munique, sob a produção de Lynne. Essa mudança de ambiente trouxe uma abordagem sonora mais polida e dinâmica, refletindo o amadurecimento da banda como um coletivo criativo.
Jeff Lynne, que já era o principal compositor e visionário da ELO, aproveitou esse momento para expandir as possibilidades musicais. Incorporando arranjos orquestrais complexos, mas mantendo uma estrutura pop acessível, Face the Music se tornou uma vitrine perfeita para a fusão de estilos que definia a identidade do grupo.
O disco abre com a enigmática e instrumental “Fire on High,” que mistura elementos de rock progressivo e música sinfônica, destacando-se pelo uso dramático de cordas e coros. A introdução sombria e grandiosa foi marcante o suficiente para se tornar um tema recorrente em programas de TV e rádio, reforçando a versatilidade da banda.
Em seguida, o álbum apresenta dois dos maiores sucessos da ELO: “Evil Woman” e “Strange Magic.” A primeira, com seu groove marcante de piano e letras sarcásticas, rapidamente conquistou as paradas internacionais. Já “Strange Magic” traz um toque mais etéreo e melódico, evidenciando o talento de Lynne para criar baladas com forte apelo emocional.
Outras faixas notáveis incluem “Waterfall,” uma balada melancólica e delicada, e “Nightrider,” que reflete a veia experimental da banda com arranjos intrincados e mudanças de dinâmica.
E, pra finalizar, o não menos importante BEE GEES – MAIN COURSE
Este é um daqueles discos assim que, na minha modesta opinião, nós podemos exemplificar tudo o que há de bom no pop: melodias expressivas, ganchos memoráveis, uma produção linda e uma profundidade real de sentimentos.
Lançado em 15 de junho de 1975, Main Course marcou uma virada significativa na trajetória dos Bee Gees. Após um período de declínio comercial no início dos anos 1970, o trio formado pelos irmãos Barry, Robin e Maurice Gibb decidiu abraçar uma nova direção musical, deixando de lado o estilo melódico e orquestral que os havia consagrado na década anterior. Esse álbum se tornou o ponto de partida para a consagração do grupo como ícones da música disco, trazendo um som moderno e dançante que definiria sua identidade nos anos seguintes.
Os anos anteriores ao lançamento de Main Course foram desafiadores para os Bee Gees. A banda enfrentava uma queda na popularidade, e álbuns como Life in a Tin Can (1973) e Mr. Natural (1974) não alcançaram sucesso comercial significativo. Foi nesse cenário que o produtor Arif Mardin, ligado à Atlantic Records, entrou em cena. Conhecido por seu trabalho com artistas como Aretha Franklin e Chaka Khan, Mardin foi essencial para a transformação do som dos Bee Gees, introduzindo elementos do R&B, funk e da emergente música disco.
A mudança de ares também foi literal: o trio se mudou para Miami, nos Estados Unidos, para gravar no Criteria Studios. Esse ambiente tropical e a efervescência musical da cidade serviram de inspiração para o novo trabalho.
E Main Course abriu caminho para a ascensão do Bee Gees ao status de superestrelas globais, onde o boom aconteceu a partir de 1977 com o Saturday Night Fever. Main Course consolidou uma nova fase criativa para os Bee Gees, com um som que definiria a música pop e disco da segunda metade da década de 1970. Destaques para a faixa de abertura Nights on Broadway, Wind of Change, Come on Over e Edge of the Universe
Lá no canal Minha Vida em Vinil, você pode acompanhar não só esta lista, mas tantas outras boas pra conhecer e se aprofundar mais no assunto.
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