Falar sobre o punk movimento é falar de um movimento que surgiu na contracultura e teve como raiz ideológica a contestação ao capitalismo e a simpatia por ideais anarquistas. O punk foi uma forma agressiva de rock, com músicas ácidas e hostis. Ele se manifestou também no vestuário, com botas, camisas e calças puídas e customizadas. E, como um movimento, exerceu grandes influências no mundo da música.
A palavra “punk” vem do inglês e era usada para descrever indivíduos ou grupos urbanos antissociais que desafiavam os padrões de comportamento da época, vistos como marginais pela sociedade. A cultura punk surgiu com base em ideias de pessimismo, antiautoritarismo, anarquismo e igualitarismo.
Embora tenha raízes no cenário artístico e social dos Estados Unidos, a cultura punk se consolidou de fato ao chegar à Inglaterra em meados dos anos 70. Lá, foi absorvida pela cena musical, que definiu os pilares do estilo punk através de músicas carregadas de críticas políticas, refletindo o desemprego e a crise econômica que afetavam a sociedade britânica na época.
Depois de tantos anos, e com tantos subgêneros que surgiram, o punk ainda se faz presente em nosso dia a dia, seja na música, nas atitudes ou mesmo no modo de ser e de agir. Tá, mas e a música? Ela está mais presente do que nunca. Recentemente nomes como Amyl and the Sniffers vem ajudando a manter o gênero em alta e totalmente relevante. E agora em 2025, uma dupla vem chamando a atenção pelo espaço que vem conquistando, principalmente devido as suas atuações ao vivo. As Lambrini Girls.
Inspiradas por grupos como Bikini Kill, as Lambrini Girls criaram um disco com letras que abordam questões como nepotismo na música e neuro divergência, cheio de raiva e de energia crua.
Há um certo perigo no disco das Lambrini Girls, é um disco politicamente engajado, com profundas reflexões sobre temas atuais. Mas o resultado final é algo cru e confuso, mas também muito cativante, sombriamente engraçado, cheio de humor ácido e, acima de tudo, importante.
Ao longo de 2024 elas lançaram alguns singles que foram aumentando a sua base de fãs e, excursionar como banda de abertura do IDLES, deu a elas mais confiança para alçar voos ainda mais altos.
A faixa de abertura, “Bad Apples”, traz linhas de baixo de Lilly Macieira que se destacam pela intensidade. As músicas mais pesadas do disco conseguem transmitir a raiva característica do punk. ‘Nothing Tastes As Good As It Feels’ aborda a luta de um transtorno alimentar, enquanto Big Dick Energy fala descaradamente sobre o direito masculino.
Há ainda faixas divertidas como a No Homo, com seu engajamento escancarado e Filthy Rich Nepo Babies que transborda excentricidade, mas essa banda pode oscilar entre o bobo e o sério mais rápido do que você consegue pensar.
Com Who Let The Dogs Out, as Lambrini Girls mostram que o punk está mais vivo do que nunca. Elas abraçam o caos sem medo, criticam injustiças sociais e nos desafiam a sentir algo. O álbum é barulhento, direto e impossível de ignorar.
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