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The Cure: Songs of a Lost World

Antes de iniciarmos o review do novo álbum do The Cure: Songs of a Lost World, vamos falar um pouco sobre a banda…

A trajetória do The Cure começou em 1979, com o lançamento de seu primeiro álbum, Three Imaginary Boys, que trazia uma sonoridade punk. Nos anos 80, o grupo, então, mergulhou em temas mais obscuros com álbuns como Seventeen Seconds (1980), Faith (1981) e Pornography (1982). Esse período consolidou o The Cure como um dos nomes mais importantes do estilo gótico.

A partir de The Top (1984), The Head on the Door (1985) e Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me (1987), a banda adotou uma sonoridade mais acessível, o que, por sua vez, aumentou sua popularidade. Com Disintegration (1989), o The Cure atingiu um de seus pontos altos, tanto comercial quanto artisticamente, criando um disco que se tornaria referência no rock alternativo. Nos anos 90, Wish (1992) ampliou seu público com faixas como “Friday I’m in Love”. Ao mesmo tempo, Wild Mood Swings (1996) e Bloodflowers (2000) marcaram o retorno a um som mais contemplativo, consolidando uma trilogia emocional.

Em 2004, o The Cure apresentou uma sonoridade mais direta, seguido por 4:13 Dream (2008), seu último trabalho antes de uma longa pausa. Agora, com Songs of a Lost World, o Cure finalmente encerra esse período. Este novo álbum explora as raízes da banda e, além disso, reafirma sua essência, mostrando que o grupo ainda mantém sua força.

As cançoes de um mundo perdido

Lançado no dia de hoje, 01 de Novembro de 2024, após longos 16 anos do último álbum, o The Cure revisita temas de perda e mortalidade em Songs of a Lost World, um álbum que revela não apenas uma vulnerabilidade, mas também um raro senso de contemplação. De fato, Robert Smith sempre compôs sobre o tempo, a solidão e o medo da finitude, MAS, neste álbum, ele parece abraçar a fragilidade humana de maneira ainda mais crua e direta.

Cada faixa parece adicionar uma camada ao retrato da condição humana. A produção de Smith com Paul Corkett enfatiza ambientes sonoros densos e detalhados, com um instrumental que amplia o impacto emocional das letras.

Temas recorrentes como envelhecimento e arrependimento surgem em faixas como “Alone” e “I Can Never Say Goodbye“. Elas mostram uma sensibilidade rara, explorando o medo e a aceitação do que não se pode controlar.

As músicas

O álbum abre com “Alone”, uma faixa que define o tom com uma melodia marcante, refletindo a transitoriedade da vida e o sentimento de perda. Em seguida, “And Nothing is Forever” é uma reflexão sobre a necessidade de conexão, onde a música suave sustenta o desejo por permanência em um mundo em constante mudança. Já “A Fragile Thing” explora a dependência emocional, misturando piano e guitarras em uma combinação de sensibilidade e a serenidade diante do inevitável.

Na faixa “Warsong”,tema do desgaste nas relações se aprofunda, com uma instrumentação simples que representa conflitos tanto pessoais quanto sociais. Em “Drone: NoDrone”, a repetição envolvente de guitarras e bateria reflete o ciclo da vida moderna.

I Can Never Say Goodbye” explora o tema do luto em uma homenagem sincera ao irmão de Smith. Em seguida, “All I Ever Am” combina uma melodia leve com o peso dos arrependimentos, lembrando o estilo de Loveless do My Bloody Valentine. O álbum termina com “Endsong”, uma faixa forte que aborda o envelhecimento e a despedida em uma última jornada cheia de sentimento.

Songs of a Lost World nos lembra por que a banda ainda é tão importante e por que sua música continua a nos tocar de maneira direta. Cada faixa nos leva a refletir sobre o tempo e como, apesar das mudanças inevitáveis, ainda podemos encontrar beleza na aceitação.

Aproveite o dia e ouça esse incrivél álbum e às 17:00, no horário de Brasília teremos um show ao vivo transmitido pelo YouTube com a banda tocando ao vivo o Songs of a Lost World no video baixo.

Ouça

Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH. Sua carreira na música não foi como ele esperava, mas ele se destacou na TI, onde já soma 26 anos de experiência. Conhecido por ser franco e por um senso de humor afiado que nem sempre é entendido por todos, Júlio também teve uma fase como co-apresentador do programa Gazeta Games na Rádio Gazeta de São Paulo, onde mostrou seu lado gamer. E a música? Continua sendo uma de suas grandes paixões.

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    Uma resposta para “The Cure: Songs of a Lost World”

    1. Avatar de Leonel Luperini

      Oi, boa noite!
      Hoje, postei um texto sobre o novo álbum do the cure. Se quiser, de uma olhada no meu blog.
      Leon e o clube da música triste. Tem bastante coisa por lá. Sua matéria ficou incrível! Parabéns.

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