Steve Van Zandt ganhou um documentário pela MAX digno de toda sua expertice e lealdade ao rock n’ roll e suas causas.
Seja com consigliere de Bruce Springsteen ou de Tony Soprano, assumindo o papel de Silvio Dante, em Stevie Van Zandt: Disciple, suas miríades de triunfos são contadas de modo abrangente, divertido. Aliás, até seus contratempos e aventuras quase suicídas tem pontuações de risadas de nervosismo.
Com imagens históricas, desde o tempo do Southside Johnny and The Asbury Jukes, passando pela significativa parceira com Bruce e seu impressionante histórico de ativismo político e social, o doc tem 2 horas e 27 minutos.
Aliás, poderia ter mais tempo? Sim. Contudo, o doc não deixa a desejar, apesar de sabermos que Little Steven não cabe apenas nesta duração. Uma semana ainda seria pouco.
Início
Dirigido por Bill Teck, tendo as participações de Springsteen, Paul McCartney, Southside Johnny, Jackson Browne, Bill Wyman, Eddie Vedder, Joan Jett e outros grandes nomes, quem assiste é agraciado pelo fornecimento constante de informações, fotos, clipes.
Aliás, há momentos em que devemos agradecer por ter tido uma pessoa que esteve em certos momentos da história tanto de Stevie quanto de Bruce com uma câmera fotográfica ou uma filmadora. Ademais, é uma surpresa testemunhar os primeiros shows da dupla na época em que Bruce havia acabado de lançar seu primeiro trabalho Greetings From Asbury Park, N.J.
“Ele usava uma gravata estampada enorme… Ele simplesmente se tornou meu irmão do rock n’ roll, instantaneamente”, lembra Bruce Springsteen em certo momento relembrando o início da amizade.
E, claro que, Stevie se faz presente, com sua bandana e roupas chamativas, recordando, de modo depreciativo algumas vezes, a parceria de longa data.
Surpreendentemente, na década de 1980, Stevie sai da E Street Band e se joga em carreira solo, de modo que, logo, sua popularidade aumenta de modo estratosférico. Esclarescendo, “Começou a parecer que Bruce tinha parado de me ouvir. Quinze anos, finalmente conseguimos. E eu desisti, na noite anterior ao dia do pagamento”.
Um dos momentos mais hilários é de seu casamento, tendo como padre o arquiteto do rock and roll, Little Richard.
Stevie Van Zandt contra o Apartheid
Semelhante ao seu amor pela música, o documentário também aborda toda a luta de Stevie Van Zandt contra o Apartheid. Um ato polítivo? Mais do que isso. O lado humanitário do guitarrista se sobressai. Para quem não conhece, há o dedo de Stevie na libertação de Nelson Mandela. Incrível, não é?
Em 1985, liderou a canção de protesto “Sun City” trazendo uma lista de platina com ele: Ringo Starr, Zak Starkey, Rubén Blades, Bob Dylan, Hernie Hancock, Bobby Womack, Afrika Bambaataa, Jackson Browne, Bono, George Clinton, Keith Richards, Ronnie Wood, Miles Davis, Daryl Hall & John Oates, Pete Townshend, Pat Benatar, Bonnie Raitt e, claro, Bruce Springsteen.
Deste modo, seu lado humanitário estava presente em toda causa que veio a aparecer. Mesmo que sua carreira pudesse estar em jogo.
Televisão e “The Sopranos”
Também somos agraciados pela presença de David Chase, criador da série The Sopranos, que ao assistir Zandt falando sobre o The Rascals no Rock and Roll Hall Of Fame, imediatamente pensou em escalá-lo para o programa.
“Steven, você não pode estar na televisão. Pense em Donny & Marie. Não! Você é Stevie Van Zandt, você é um ídolo do rock ‘n’ roll… Vai estragar tudo!”, relembra o DJ Alan Freed. Em seguida, recebe a resposta: “Sim, mas também estou falido!”
Conclusão: Um dos personagens mais queridos na máfia cinematográfica apenas o jogou para mais alto.
Assim, seja ativista, ator, produtor, podcaster, historiador, pesquisador, guitarrista, cantor, baixista, o que for: Stevie Van Zandt é uma peça inigualável na história da cultura em si.
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