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Celebrating Life Through Death! O fim após 40 anos.

A noite de ontem começou há alguns meses, quando uma coletiva de imprensa conduzida pelo nosso grandioso Gastão Moreira anunciava a turnê de encerramento do Sepultura. Pois é, meus amigos, a maior banda de metal do Brasil e uma das maiores e mais influentes bandas nacionais no mundo está dependurando as chuteiras.

O intervalo entre o anúncio da turnê e seu início foram tempos sombrios, quando a alegria de uma temporada de shows do Sepultura Brasil afora se cobria pela tristeza do fim da banda. E ficava a questão: o que está por vir!? Dar início ao fim onde tudo começou há 40 anos tem um sabor especial e já denota o respeito por quem esteve ao lado da banda durante sua vida: o público de BH!

E não pense você que esses caras chegaram, tocaram e partiram para o próximo compromisso. A tarde de quinta foi recheada de passeios por locais como o Mercado Central de BH, quando a banda se permitiu conversas com fãs, autografar discos e pousarem para algumas fotos. O Sepultura viveu BH, degustou o sabor da nostalgia da cosmopolita cidade que a lançou pro mundo. 

Foto: Vanessa Leão @vanessaleaoph (via Igor Miranda)

Começando pela banda de abertura, anunciada poucos dias antes do evento, o Eminence subiu ao palco da Arena Hall e mostrou toda sua força e imponência através de seu metal pesado, do carisma e forte presença de palco do seu frontman, Bruno Paraguay (que aproveitou pra contar que será pai de gêmeas e celebrar com o público). As meninas estavam lá, na barriga da mamãe, para prestigiarem o papai esmagando nossos ouvidos com seu poderoso gutural somados às guitarras e poderosa cozinha do Eminence.

Vale ressaltar que o Eminence tem um sucesso enorme fora do Brasil e lá no seu início foi apadrinhada por ninguém menos que Kim Bendix Petersen. Que responsa, hein! Terminada a apresentação do Eminence, começou a tradicional montagem do palco e a ansiedade aumentava a cada minuto.

Alguns trinta minutos depois as luzes se apagam, o telão se acende e em meio ao uníssono: Se-pul-tura, Se-pul-tura bradado pelos presentes, o palco se preenche pela presença dos quatro monstros sagrados e inicia-se o fim, o começo, a celebração.  Num setlist passou por quase toda discografia da banda, deixando de lado apenas Beneath the Remains e o Mediator, o show se inicia com a pesada e cheia de Groove Refuse/Resist cantada por todos a plenos pulmões. Seguida de Territory, não teve um ser vivo capaz de ficar parado tamanha a energia daquele lugar. 

Vídeo: Canal Eduardo Simões

Temos então a abertura mais energética que poderíamos ter para essa festa. E o show segue recheado de clássicos e com poucas intervenções entre as músicas para que as quase duas horas pudessem ser preenchidas com o máximo de músicas possível. Prestes a completarem 30 anos de seus lançamentos, Chaos A.D e Roots tiveram suas músicas em maior número no set. Obviamente uma celebração a dois grandes clássicos que não terão turnês comemorativas. A não ser que o fim da turnê receba uma roupagem diferente.

 Antes de partir pros finalmentes, importante darmos destaque para  Greyson Nekrutman, que em pouco mais de 20 dias se preparou para estar nos palcos. Uma performance digna, respeitosa e a altura do que é o Sepultura! Greyson entregou energia, peso, viradas inusitadas em algumas canções além de muito respeito pela banda, músicos e pelo público. Notória sua dedicação e interação com Andreas, que a todo momento se conectava a Greyson para orientações e afirmações sobre sua boa execução das músicas.

Greyson Nekrutman
Foto: @pridiabr/Divulgação

E antes de entoarem o hino, a clássica Troops of Doom, algo parecia dar errado pois Greyson pediu ajuda para “pegar” a música. Dois minutos se passaram e Greyson começou a tocar como se já tocasse aquela música há décadas. Tamanha desenvoltura, fluidez e peso nos movimentos. Após toda potência do hino ToD, as luzes se apagaram, um silêncio tomou conta da Arena Hall e não se via vida no palco…..

Poucos segundos depois Ratamahata se apresenta com a banda exalando a energia de uma criança que acabara de chegar no parque. O público acompanhava devolvendo a mesma energia, mesmo após 90 minutos de evento havia fôlego e disposição para mais, muito mais!

E sem qualquer intervalo ou anúncio, Roots, o grande e maior clássico da banda, que já encerra os shows do Sepultura há alguns anos é jogado ao público. Aparece como um tsunami em cima do público, derruba toda e qualquer possibilidade de cansaço que alguém tentasse esboçar e traz todos aos berros, quando não havia mais resquício de voz só se ouvia: ROOTS BLOODY ROOTS, ROOOOOOOOOTS!!!!

Foto: Vanessa Leão @vanessaleaoph (via Igor Miranda)
Foto: Vanessa Leão @vanessaleaoph (via Igor Miranda)

A casa veio ao chão, pulos, gritos, moshes se espalhavam pelas pistas e ali se sabia que teríamos nossos últimos momentos de Sepultura. É meus amigos, há pouco lancei a pergunta: o que está por vir!? O que esses caras nos entregariam!?  E o resultado não poderia ser diferente:  O melhor que eles podem, no auge de suas carreiras! Não tenha dúvidas disso!

Afinal, Andreas, Derrick, Paulo e Greyson viveram uma das noites mais memoráveis de sua vida. E, além de mim, muitos que estavam ali, também! Está lançada a sorte…

 Vá ao show e viva esse momento se entregando ao deleite de um fim digno!  Muito obrigado, Sepultura! Não somente por essa noite, mas pelos últimos 40 anos de vossas vidas.

E por um fim digno, algo que poucos sabem entregar.

Repertório Sepultura

Intro Polícia + Refuse/Resist
Territory
Slave New World
Phantom Self
Dusted
Attitude
Kairos
Means to an End
Cut-Throat
Guardians of Earth
Mindwar
False
Choke
Escape to the Void
Kaiowas (jam de percussão)
Sepulnation
Biotech is Godzilla
Agony of Defeat
Troops of Doom
Arise
Ratamahatta
Roots Bloody Roots

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