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OFF! do lendário Keith Morris apresentou seu hardcore com elementos eletrônicos na capital gaúcha

A última vez que Keith Morris esteve na capital gaúcha (março de 2009) ele liderava as lendas do hardcore dos anos 80, os Circle Jerks.

Desta vez Mr. Morris aterrissou no Salgado Filho, vindo de Montevideo com o OFF!, supergrupo de punk rock que formou em 2009 com Dimitri Coats (Burning Brides), para sacudir o Opinião.

Como fã de Circle Jerks e do trabalho dele frente ao OFF!, descolei a agenda da banda e lá estava eu descendo a serra gaúcha de Caxias do Sul (com o provável setlist já bombando no carro) direto ao aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre pra esperá-lo, e quem sabe conseguir uma foto e autógrafos nos discos de ambas as bandas.

Ansiedade a mil e as unhas é que levaram a pior! Enfim, missão cumprida. Foto e autógrafos garantidos, hora de encarar o trânsito do final de expediente da capital gaúcha e com calma chegar ao local do show.

Pouco movimento nos arredores e a impressão de que não seria um show com grande público ficou bem clara. Final de ano, final de mês, muitos shows na cidade, uma banda que não tem o mesmo apelo dos Jerks, enfim, busquei justificativas, mas não cheguei a uma conclusão.

O Show iniciou por volta das 21:10, e de cara mostrou a sonoridade do último álbum da banda, Free L.S.D. (um dos melhores álbuns “punk”de 2022), com camadas de sons eletrônicos vindos de duas maletas com dispositivos de efeitos manipuladas pelo guitarrista Dimitri Coats.

A sequência disso foi óbvia: uma explosão de hardcore mais direto, um punk rock pesado.

As 16 primeiras músicas das 25 tocadas no show foram do álbum de 2022, sem muito rodeios e com pouco intervalo.

Alguns, em alguns momentos se arriscaram a fazer roda punk, mas sem muito sucesso e também sem conhecer muito bem as letras das músicas do OFF! O que faz ser um show menos participativo do público.

Das músicas do último álbum, destaques para Time Will Come, Kill to Be Heard, Suck the Bones Dry e a faixa título Free L.S.D. que fazem jus ao novo formato de som da banda, com essa mescla de sons eletrônicos, balidos de saxofone e o trabalho de Keith Morris no final dos 70, início dos 80 com Black Flag e Circle Jerks.

Passado essa abordagem cheia de músculos e nervos e expansiva do hardcore, vieram os petardos já clássicos da banda, oriundos dos 4 primeiros EPs e dos dois álbuns lançados antes de Free L.S.D. (OFF! de 2012 e Wasted Years de 2014).

Das últimas 9 músicas, destaque para Black Thoughts, Darkness, I don’t Belong e Panic Attack.

Um festival de hardcore clássico e surrealmente comandado por um senhor de 68 anos mostrando que a idade é só um número.

Pra não deixar passar em branco, a formação dessa superbanda merece destaque:
Na guitarra e “efeitos especiais”, Dimitri Coats (Burning Brides), no contrabaixo Autry Fulbright II e as baquetas ficaram ao cargo de Mario Rubalcada (Rocket From The Crypt/Hot Snakes).

Um show com pouco mais de 45 minutos, mas que brindou os menos de 500 expectadores presentes com uma chuva de hardcore.

Final de show e ainda deu pra trocar umas palavras com os integrantes, mais uns autógrafos e mais fotos.

Tudo que um fã precisa pra ter uma noite memorável no currículo.

Setlist

  1. Slice Up The Pie
  2. Time Will Come
  3. War Above Los Angeles
  4. Black Widow Group
  5. Kill to Be Heard
  6. Ignored
  7. Smoking Gun
  8. Circuitry’s God
  9. Muddy the Waters
  10. Invisible Empire
  11. Behind the Shifts
  12. Worst Is Yet to Come
  13. Suck the Bones Dry
  14. Murder Corporation
  15. Peace or Conquest
  16. Free LSD
  17. Void You Out
  18. Red White and Black
  19. Wiped Out
  20. Black Thoughts
  21. Darkness
  22. I Don’t Belong
  23. Panic Attack
  24. Upside Down
  25. Poison City

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