“Free as a Bird”, lançada em 1995 como parte do projeto “Anthology 1”, é uma canção que carrega um peso emocional único. Baseada em uma demo gravada por John Lennon nos anos 70, a faixa foi finalizada por Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, com produção de Jeff Lynne. O resultado é uma mistura de nostalgia e inovação, que une o passado e o presente de uma das bandas mais influentes da história.
A música começa com o piano suave de Lennon, preservado da gravação original, seguido por arranjos que incorporam a assinatura sonora dos Beatles. A letra, que fala sobre liberdade e esperança, ganha novos contornos com os vocais de McCartney e Harrison, que complementam a voz de Lennon. A produção de Lynne adiciona camadas modernas, mas sem perder a essência do grupo.
Apesar de sua beleza, “Free as a Bird” não está isenta de críticas. Alguns fãs argumentam que a produção excessivamente polida de Lynne suaviza demais o espírito cru da demo original. Outros veem a faixa como uma homenagem tocante, mas não como uma obra que se iguala aos clássicos da banda.
No entanto, o maior mérito da canção está em seu significado simbólico. “Free as a Bird” representa um reencontro póstumo dos Beatles, unindo os membros remanescentes em torno de uma última criação. Para os fãs, é um presente emocional, uma despedida que celebra o legado de Lennon e a conexão eterna do quarteto.
Abaixo, 4 fatos sobre Free as a Bird:
Foi uma demo de Lennon gravada no final dos anos 70.
A canção, originalmente uma demo de piano gravada por John Lennon em seu apartamento no edifício Dakota, fazia parte de uma série de gravações caseiras que o músico realizou entre 1975 e 1980, período em que se dedicou à vida familiar. Apesar de ter sido uma das muitas composições registradas em fita cassete, a faixa nunca havia passado por um tratamento em estúdio. Foi apenas anos depois que Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr resolveram resgatar o material e finalizá-lo com a ajuda do produtor Jeff Lynne, conhecido por seu trabalho com o Electric Light Orchestra.
Yoko Ono foi fundamental para o tema ver a luz
No início de 1994, Paul McCartney encontrou-se com Yoko Ono, viúva de John Lennon, durante a cerimônia de introdução póstuma do ex-Beatle no Rock & Roll Hall of Fame. Na ocasião, McCartney entregou a Ono o prêmio em homenagem a Lennon e aproveitou para passar a ela algumas fitas cassete. Essas gravações continham quatro músicas inacabadas: “Real Love”, “Grow Old With Me”, “Now And Then” e a já mencionada “Free as a Bird”.
“Tudo já estava acertado antes, mas decidi aproveitar a oportunidade para entregar as fitas pessoalmente a Paul”, comentou Ono. “Eu não acabei com os Beatles, mas estava lá naquela época, entende? Agora, estou em uma posição em que posso reuni-los novamente, e não gostaria de interferir nisso. Foi como se o destino tivesse me colocado nessa situação.”
Paul McCartney tinha suas dúvidas
McCartney reconheceu: “Eu nunca os tinha ouvido antes, mas [Yoko] me explicou que os fãs de Lennon os conhecem bem como piratas. Eu disse a Yoko: ‘Não nos imponha muitas condições, é realmente difícil fazer isso, espiritualmente. Podemos nos odiar depois de duas horas no estúdio e ir embora. Se não funcionar, você pode descartá-lo.”
A faixa vendeu 120 mil cópias na primeira semana
Após o início dos trabalhos, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr apresentaram a faixa pela primeira vez na BBC Radio 1, em novembro de 1995. No mês seguinte, a canção foi lançada como single, alcançando rapidamente 120 mil cópias vendidas em sua primeira semana. O sucesso garantiu à música a segunda posição nas paradas de singles do Reino Unido, marcando um retorno simbólico dos Beatles ao cenário musical.
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