A banda que Tobias Forge gostaria que o Ghost fosse parecido

Conhecido por unir teatralidade, ocultismo e sonoridades pesadas, o Ghost carrega influências menos óbvias do que se costuma imaginar. Em entrevista recente ao serviço de streaming Qobuz, Tobias Forge voltou ao ponto de partida da banda e revelou que o visual e a atmosfera do Ghost foram inspirados diretamente por um nome pouco citado fora dos círculos do metal europeu: o grupo italiano Death SS.

O vocalista conversou com a plataforma por ocasião do lançamento de Skeleta, sexto disco de estúdio do Ghost, disponibilizado na sexta-feira. No bate-papo, comentou sobre influências que vão desde nomes consagrados, como Metallica e Iron Maiden, até bandas de nicho como a Devil Doll e a Death SS, formada em 1977 pelo vocalista Steve Sylvester.

“O Death SS influenciou o Ghost. E ainda influencia”, contou Forge (via Loudwire). “Minha imagem do que eles eram — e talvez do que eu imaginava que poderiam ser — foi um dos principais motivos para a minha ideia do que o Ghost seria quando eu estava compondo o primeiro disco.”

O grupo italiano lançou seu álbum de estreia, …In Death of Steve Sylvester, em 1988, embora já estivesse em atividade desde o fim da década de 1970. Uma referência visual clara pode ser vista na capa de Heavy Demons (1991), onde os integrantes aparecem com máscaras macabras e figurinos elaborados — algo que, de certo modo, antecipa o visual que o Ghost viria a adotar anos depois.

Ao descrever o som que imaginava para o Ghost no início, Forge usou como ponto de referência a chamada New Wave of British Heavy Metal. “Eu dizia: ‘Imagine Demon ou Angel Witch, mas com vocais AOR de gente grande. É um pouco de rock de divórcio, com nuances malignas’. Mas eu queria que a banda parecesse com o Death SS.”

Forge também apontou que o Death SS, na prática, soava diferente do que ele esperava. “Muitos dos discos deles têm uma pegada mais thrash. Eles não são tão melódicos, operísticos e grandiosos quanto eu gostaria que soassem”, observou.

Na tentativa de construir essa ponte entre imagem e sonoridade, Forge citou ainda a Devil Doll, banda ítalo-eslovena conhecida por misturar rock progressivo e elementos de horror em composições teatrais e arranjos longos. “Na minha cabeça, eu sempre quis uma banda parecida com o Death SS, [mas] queria que soasse como o Devil Doll.”

Apesar da estética cuidadosamente planejada, Forge explicou que o Ghost se formou a partir dessas projeções imaginárias. “Eu queria que soasse do jeito que eu esperava que o Death SS soasse”, concluiu. “O Death SS é uma banda muito legal. Uma imagem muito legal. Existe há séculos. E Steve Sylvester é um cara maravilhoso, maravilhoso.”

Com essa confissão, Forge ajuda a contextualizar a estética exagerada e a sonoridade particular que o Ghost passou a desenvolver desde o lançamento de Opus Eponymous, em 2010. O novo álbum, Skeleta, segue essa trajetória ao mesmo tempo que revisita a base que inspirou a criação da banda.

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