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Bill Wyman, ex-Rolling Stones, relembra momentos em que temeu pela própria vida

A relação entre fãs e estrelas da música pode, em alguns casos, ultrapassar os limites da admiração e se tornar perigosa. Bill Wyman, ex-baixista dos Rolling Stones, banda que integrou de 1962 a 1993, compartilhou momentos assustadores que viveu durante a febre causada pelo grupo. Em entrevista ao site Louder Sound, o músico revelou duas ocasiões em que sentiu que sua vida estava em risco devido ao comportamento incontrolável de fãs.

Preso em um carro cercado por adolescentes

O primeiro episódio aconteceu nos arredores de Los Angeles, após uma apresentação para um público de 5 mil pessoas. Ao deixar o estádio, o motorista da limusine que transportava os Stones errou o caminho, levando-os para uma saída equivocada.

“De repente, o carro ficou coberto de crianças. Elas estavam penduradas no porta-malas, no teto, batendo nas janelas. Tivemos que deitar no chão da limusine, com os pés empurrando o teto, porque parecia que ia ceder”, descreveu Wyman.

A situação ficou ainda mais crítica com a falta de ar dentro do veículo. “Estávamos praticamente submersos. Foi assustador. Só conseguimos sair quando a polícia chegou, começou a usar cassetetes para abrir espaço e, finalmente, fomos resgatados por um helicóptero”, relembrou.

Quase estrangulado por fãs exaltados

O segundo momento marcante aconteceu durante um encontro com fãs, quando um acessório de Keith Richards quase causou um acidente grave. “Keith usava um lenço, e, em um momento, uma garota puxou de um lado e outra agarrou do outro. Começaram a puxar com força, e ele quase foi estrangulado”, contou Wyman.

Além disso, o baixista descreveu como, em meio ao caos, era comum terem roupas rasgadas e até tufos de cabelo arrancados pelos admiradores mais exaltados. “Essas situações eram assustadoras, mas, no final, você acabava rindo disso. Era uma mistura de absurdo e tensão”, afirmou.

A loucura da Beatlemania e o impacto nos Stones

Embora os Beatles tenham sido os primeiros a enfrentar a histeria coletiva dos fãs, levando-os a abandonar os shows ao vivo para evitar situações perigosas, os Rolling Stones também passaram por momentos semelhantes. A fama estrondosa da banda na década de 1960 era acompanhada por episódios de multidões descontroladas e atitudes extremas, mostrando como o estrelato, muitas vezes, pode ultrapassar os limites do razoável.

Wyman passou 31 anos com a banda, o que envolveu 19 álbuns de estúdio, 42 singles e EPs de sucesso no Reino Unido (incluindo 11 Números Um), outro casamento (um pouco mais famoso e controverso), dois divórcios e uma autobiografia best-seller e de arrepiar. Por 31 anos ele ficou parado, imóvel e com cara de pedra, atrás de Keith, perplexo, observando, esperando o momento certo.

Ele frequentava os clubes com Brian Jones durante o auge da banda e, embora não fosse um grande consumidor de álcool ou drogas pesadas, encontrava certo conforto no papel de conquistador incorrigível. Um comportamento que, embora alinhado à imagem clássica do astro do rock libertino e elegante, parecia adequado aos licenciosos anos 60 e aos permissivos anos 70, mas que não se traduz com a mesma naturalidade no contexto do século XXI.

Ao sair oficialmente dos Rolling Stones em 1993, o autodidata Wyman seguiu um novo rumo: casou-se novamente, formou o Rhythm Kings — uma banda de shows com formação rotativa de músicos renomados — e começou a realizar projetos que havia deixado de lado ao longo dos anos. Tudo isso enquanto mantinha sua marca como um alicerce musical confiável para a autoproclamada “Maior Banda de Rock ‘N’ Roll do Mundo”.

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