Com o tempo, as pessoas mudam, assim como suas opiniões e gostos. No mundo da música, os artistas evoluem e isso é refletido em sua arte. Um exemplo claro disso é o álbum de estreia da banda britânica Queen, formado por Freddie Mercury, Roger Taylor, John Deacon e Brian May. Produzido por John Anthony, Roy Thomas Baker e a própria banda, o álbum foi lançado em 13 de julho de 1973.
Mais de cinco décadas após o lançamento, o guitarrista Brian May revelou sua insatisfação com o resultado final. Em entrevista à Guitar World, May expressou sua frustração com o som do LP, afirmando que nunca ficaram satisfeitos com a qualidade sonora do álbum. “Nossa maior frustração foi o som daquele primeiro álbum, com o qual nunca ficamos satisfeitos“, disse May. Ele explicou que a banda foi colocada em um estúdio com um sistema considerado de última geração na época, mas que não atendeu às suas expectativas.
May lembrou de uma conversa com o produtor Roy Thomas Baker, onde expressou suas preocupações sobre o som. Baker teria respondido que tudo poderia ser corrigido na mixagem, algo que May considera não ser a melhor abordagem.
Com o tempo, a percepção dos integrantes do Queen sobre seu primeiro álbum evoluiu, mas a insatisfação inicial deixou uma marca. A gravação do álbum “Queen” foi um processo turbulento, marcado por desafios técnicos e diferenças criativas. Na época, a banda ainda estava buscando seu som característico e enfrentava limitações impostas pelo estúdio e pela tecnologia disponível.
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O estúdio de gravação, De Lane Lea, era considerado de ponta na época, mas segundo Brian May, a banda teve dificuldades em capturar a potência e a clareza que desejavam. May relatou que o equipamento disponível não conseguia transmitir a grandiosidade de suas performances ao vivo, resultando em um som que ele descreveu como “apagado” e “distorcido”.
Apesar dessas dificuldades, o álbum “Queen” conseguiu destacar-se pela inovação e pela energia única da banda. Canções como “Keep Yourself Alive” e “Liar” mostraram o potencial do grupo e plantaram as sementes para o sucesso futuro. No entanto, a experiência frustrante da gravação deixou lições importantes para os membros do Queen.
Freddie Mercury, com sua visão artística singular, insistiu em um som mais refinado e ambicioso para os álbuns seguintes. A banda começou a experimentar mais em estúdios diferentes e com técnicas variadas, buscando sempre uma produção que fizesse justiça à sua visão. Esse compromisso com a qualidade sonora culminou em álbuns icônicos como “A Night at the Opera” e “News of the World”, onde a excelência de produção finalmente encontrou a altura do talento da banda.
Brian May, ao refletir sobre o primeiro álbum, reconhece que apesar das falhas percebidas, foi uma etapa crucial na evolução do Queen. A experiência reforçou a importância de um controle mais rígido sobre o processo de gravação e a necessidade de trabalhar com produtores que compreendessem plenamente a visão do grupo.
Hoje, o álbum “Queen” é visto como um marco histórico, representando o início de uma das carreiras mais brilhantes do rock. Embora May ainda sinta desconforto ao ouvi-lo, ele admite que foi uma parte essencial da jornada do Queen. “Foi um começo difícil, mas aprendemos muito. E essa aprendizagem nos levou a criar a música que realmente queríamos fazer“, concluiu May.
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