No turbulento cenário do metal do início dos anos 2000, poucos eventos causaram tanto frisson quanto o surgimento do Damageplan. Nascida das cinzas do lendário Pantera, esta nova formação prometia não apenas continuar, mas também redefinir o legado do groove metal que os irmãos Abbott haviam ajudado a forjar.
Em 2003, com o Pantera oficialmente em hiato (embora muitos já suspeitassem de um fim definitivo), Dimebag Darrell e Vinnie Paul Abbott decidiram que era hora de virar a página. O Damageplan nasceu não como uma simples continuação, mas como uma declaração de independência artística. A dupla de irmãos, verdadeiros pilares do metal, recrutou Patrick Lachman (Halford,Killswitch Engage) para os vocais e Bob Zilla (Hellafied Funk Crew, Hellyeah) para o baixo, formando assim um quarteto que imediatamente atraiu a atenção da comunidade metaleira mundial.
O álbum de estreia, “New Found Power”, lançado em fevereiro de 2004 pela Elektra Records, foi uma explosão sonora que misturava a familiaridade do groove metal com novos elementos. O disco estreou na posição 38 da Billboard 200, uma prova do interesse e expectativa que cercavam o projeto. Faixas como “Save Me”, “Pride” e “Breathing New Life” rapidamente se tornaram favoritas dos fãs, demonstrando que a banda não era apenas uma nota de rodapé na carreira dos irmãos Abbott, mas sim um novo capítulo empolgante.
Musicalmente, o Damageplan apresentava semelhanças óbvias com o Pantera – afinal, o DNA musical dos irmãos Abbott era inconfundível. No entanto, havia diferenças sutis, mas significativas. O som era, de certa forma, mais direto, com riffs ainda mais agressivos e uma produção que privilegiava a clareza sem perder a brutalidade. A voz de Lachman, embora poderosa, trazia uma abordagem diferente das performances de Phil Anselmo no Pantera, dando ao Damageplan uma identidade própria.
As letras do Damageplan frequentemente abordavam temas de resiliência, superação e autorreflexão. Era como se a banda estivesse não apenas fazendo música, mas processando através dela os altos e baixos de suas carreiras e vidas pessoais.
A turnê que se seguiu ao lançamento do álbum foi recebida com entusiasmo. Os shows do Damageplan eram conhecidos por sua intensidade brutal, com Dimebag Darrell e Vinnie Paul demonstrando por que eram considerados uma das duplas mais formidáveis do metal. A química no palco era palpável, e muitos críticos e fãs previam um futuro brilhante para a banda.
Tragicamente, esse futuro promissor foi abruptamente interrompido em 8 de dezembro de 2004. Durante um show no Alrosa Villa em Columbus, Ohio, um indivíduo perturbado invadiu o palco e assassinou Dimebag Darrell, além de outras três pessoas, incluindo um segurança da banda. O incidente chocou o mundo do metal e além, encerrando prematuramente a vida de um dos guitarristas mais influentes e amados do gênero.
O impacto da morte de Dimebag foi devastador não apenas para a banda, mas para toda a comunidade do metal. Homenagens vieram de todos os cantos do mundo musical, com artistas de diversos gêneros expressando seu luto e admiração pelo guitarrista.
Após a dissolução do Damageplan, os membros sobreviventes seguiram caminhos diferentes. Vinnie Paul, após um período de luto, eventualmente se juntou ao supergrupo Hellyeah, continuando a criar música poderosa até seu falecimento em 2018. Patrick Lachman e Bob Zilla também permaneceram ativos na cena musical, embora em projetos de menor visibilidade.
Dimebag Darrell continua sendo uma figura reverenciada e influente no universo da guitarra e do metal, bem como seu irmão Vinnie na bateria.
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