Em 1998, uma entrevista no programa “Spread Show” trouxe à tona uma revelação que poderia ter alterado drasticamente a história do Metallica. Dave Mustaine, ex-guitarrista da banda e fundador do Megadeth, afirmou que Lars Ulrich, o baterista do Metallica, estava prestes a ser demitido em 1986, logo após a turnê europeia do grupo.
Mustaine detalhou a situação, indicando que a insatisfação com Ulrich não era um segredo interno. “Houve várias ocasiões em que James e eu quisemos demitir Lars. Ele jamais vai admitir isso, mas, antes da morte de Cliff, os outros estavam planejando se livrar dele quando voltassem da turnê europeia”, declarou Mustaine na ocasião. A afirmação sugere uma tensão interna que precedeu a tragédia que vitimou o baixista Cliff Burton.
A veracidade dessa possibilidade foi reforçada pelo jornalista Malcolm Dome, que participou do mesmo programa. Dome, que nos anos 80 trabalhava para a revista “Kerrang!”, relembrou uma conversa que teve com Scott Ian, guitarrista do Anthrax, em Londres, após o acidente com o ônibus do Metallica.
Segundo Dome, Ian disse claramente que “a morte de Cliff, talvez tivesse salvado o emprego de Lars, porque os demais estavam prestes a demiti-lo”. O jornalista acrescentou que, na época, James Hetfield ou Cliff Burton teriam manifestado cansaço com Ulrich, sentindo que ele estava “atrasando a banda”.
Diante da iminente demissão, um nome de peso já circulava como possível substituto: Dave Lombardo, o baterista do Slayer. Lombardo havia chamado a atenção de Hetfield e Burton pelo seu trabalho no álbum “Reign in Blood”, lançado também em 1986, e era considerado uma opção para assumir as baquetas do Metallica.
A tragédia com Cliff Burton, no entanto, mudou os rumos da banda, e Lars Ulrich permaneceu em sua posição, continuando a ser uma figura central na trajetória do Metallica.