De acordo com texto constante no livro “1001 Discos para ouvir antes de morrer”, há cerca de 30 anos atrás, os produtores Steve Marker, Duke Erikson e Butch Vig estavam trabalhando no remix de uma música do Nine Inch Nails, quando um amigo, ao ouvir um trecho do trabalho, comentou que aquilo soava como Garbage (lixo). Dali em diante, esse virou o nome do grupo que se criava entre os três, que recrutaram para os vocais a escocesa Shirley Manson, com passagens por bandas obscuras como Goodbye Mr. Mackenzie e Angelfish (foi através de um clipe dessa banda que conheceram Manson). Aquele remix, descartado para o trabalho do grupo de Trent Reznor, virou o single de estreia do Garbage, “Vow”. O autointitulado disco de estreia sairia logo em seguida, em 15 de agosto de 1995, trazendo também o hit “Stupid Girl”.
Mesmo com profissionais já reconhecidos na indústria fonográfica, em especial Butch Vig, alçado à condição de astro após produzir nada menos que o disco mais importante daquela década (a saber, Nevermind, do Nirvana), e que aqui assume as baquetas, Manson mostrou desde sempre sua personalidade forte, assumindo as composições, além de ser a cara do grupo, a despeito da sonoridade eletrônica e cheia de elementos criada pelo trio de produtores.
Depois da boa recepção de público e crítica do disco de estreia, o Garbage vai ainda mais fundo nos já citados elementos eletrônicos na sequência, “Version 2.0” (1998). O disco mantém a qualidade e a boa projeção do anterior, com músicas incríveis como “Push It” e “I Think I’m Paranoid”, pecando eventualmente em canções que, mesmo boas, sofrem com o excesso de produção, por vezes soterrando os instrumentos, tais como “Special”. Por outro lado, o disco traz experiencias bem-sucedidas com o trip-hop, em baladas como “The trick is to keep breathing” e o encerramento com “You Look So Fine”.


Após mais dois discos não tão celebrados, o grupo entra num hiato, que se encerraria em 2012 com o lançamento de “Not Your Kind of People” e a consequente retomada das turnês.
Já são ao todo 7 discos de estúdio, discografia que ganhará uma nova adição em 30 de Maio de 2025, com o lançamento de “Let All That We Imagine Be The Light”, tido pela banda como um disco mais positivo, em comparação com os dois últimos trabalhos.
Antes disso, o Garbage chega ao Brasil para uma turnê de 3 datas , 21/03 (RJ), 22/03 (SP) e 23/3 (Curitiba), trazendo como convidada especial ninguém menos que a clássica banda grunge L7 para os shows de abertura.
O Garbage encerrou seu tour de 2024 em julho, com um show na Arena Wembley de Londres, e nos setlists daquele ano ainda vinha priorizando as músicas do disco “No Gods No Masters” (2021). Porém, no show do último dia 12 de março na Colômbia (primeiro de 2025), a banda executou canções como “Fix Me Now”, “Empty” e “Sex Is Not The Enemy”, que não vinham sendo executadas há bastante tempo, junto de clássicos atemporais como a inevitável “I’m Only Happy When It Rains”. Será que podemos esperar algo do vindouro disco novo na América do Sul?
Mal posso esperar para ver Shirley Manson, um dos ícones femininos do rock noventista, ofuscando tudo ao seu redor em cima do palco!
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