Michael Amott, guitarrista do Arch Enemy, revisitou os discos que mais o influenciaram durante sua juventude. O músico, que nasceu em julho de 1969, atravessou a adolescência entre 1982 e 1988, período em que o heavy metal e o hard rock passaram por transformações marcantes.
Antes de se destacar no Arch Enemy, Amott iniciou sua trajetória com o Carnage, em 1990. Depois, integrou o Carcass e ajudou a moldar o death metal melódico, além de explorar o stoner rock no Spiritual Beggars. Seu estilo técnico e melódico consolidou seu nome no cenário do metal.
Ao relembrar os álbuns que mais o impactaram na juventude, Amott destacou aqueles que moldaram seu gosto musical e influenciaram sua forma de tocar. Essas escolhas, segundo a Loudwire, refletem um período em que o metal ganhava novas sonoridades e conquistava um público cada vez maior.
Mas afinal quais são estes 5 discos?
Discharge, ‘Hear Nothing See Nothing Say Nothing’ (1982)

Esse álbum influenciou tanto minha forma de tocar quanto minha vida. Até hoje, ouvi-lo parece um verdadeiro ritual. O efeito de parede sonora que criaram continua impressionante.
O Discharge abriu caminho para diversos gêneros que surgiram depois: speed, thrash, death, grind, black metal, hardcore punk (d-beat!) e muitos outros. Para muitos de nós, tudo começou aqui. Faça um favor a si mesmo e mergulhe na base dessa música intensa e caótica que tanto amamos.
Ouça aqui: Hear Nothing See Nothing Say Nothing
The Exploited, ‘Troops of Tomorrow’ (1982)
Ammot afirma ter sido fã dos primeiros trabalhos do grupo, mas considerou que o álbum em questão elevou o nível das composições. A sonoridade coesa e a produção impecável foram pontos altos, com a faixa “UK82” sendo destacada como uma de suas preferidas.
A postura working-class e anti-intelectual da banda, somada ao visual pós-apocalíptico de jaquetas de couro e moicanos, foi essencial para definir a estética da segunda onda do punk. Segundo ele, todos esses elementos alcançaram o ápice neste trabalho.
Ouça aqui: Troops of Tomorrow

Tank, ‘Filth Hounds of Hades’ (1982)

Com influências que misturavam o peso do Motörhead e a crueza do punk dos anos 70, Tank se destacou na cena New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM). Produzido por “Fast” Eddie Clarke, guitarrista do Motörhead, o álbum trouxe riffs contagiantes e a voz carismática de Algy Ward (ex-The Damned), cuja entrega vocal e letras marcantes deixaram um legado único.
O trabalho é uma obra-prima indiscutível — nota 10, diz Amott. A energia crua do disco ainda hoje desperta a vontade de “beber cerveja e bater a cabeça”, motivo pelo qual permanece em sua rotina de escuta.
Ouça aqui: Filth Hounds of Hades
Metallica, ‘Kill ‘Em All’ (1983)
A primeira experiência com o Metallica veio através de uma entrevista de Lars Ulrich no rádio dinamarquês, seguida pelas faixas “Metal Militia” e “Motorbreath”. A precisão e velocidade das músicas foram suficientes para conquistar um novo fã imediatamente.
Na época, encontrar o LP foi uma missão difícil. “Era surreal perguntar sobre o Metallica em lojas de discos e ninguém saber do que se tratava”, lembra o colecionador. Quando finalmente conseguiu o álbum, o grupo se tornou sua banda favorita por anos.
“Kill ‘Em All” permanece como um marco do thrash metal – um disco que definiu a ambição do gênero nos anos 1980. A energia crua do trabalho ainda impressiona décadas depois.
Ouça aqui: Kill ‘Em All

Black Sabbath, ‘Born Again’ (1983)

Embora não tenha sido bem recebido pelos puristas (afinal, ver Ian Gillan, do Deep Purple, gritando no Sabbath era algo inesperado!), esse álbum teve um enorme impacto em mim na adolescência. Foi quando percebi que não se trata apenas de velocidade, mas também de peso e atmosfera.
O disco é sombrio, intenso e caótico. Perfeito. E sim, eu realmente gosto até da tão criticada arte da capa!
Ouça aqui: Born Again
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