Paul Stanley explica frustração com “God of Thunder”

Luis Fernando Brod
3 minutos de leitura
Kiss 1976. Foto: Reprodução Pinterest.

No álbum “Destroyer”, lançado em 1976, o Kiss apostou em uma produção ambiciosa sob o comando de Bob Ezrin. Foi nesse contexto que nasceu “God of Thunder”, hoje uma das faixas mais associadas à imagem de Gene Simmons.

A composição, no entanto, não partiu de Simmons, mas sim de Paul Stanley, vocalista e cofundador da banda. A escolha do produtor em alterar os vocais da música causou uma tensão pouco conhecida nos bastidores da gravação.

Em entrevista à Rock Candy Mag, em 2022, Stanley comentou sobre o episódio com franqueza. “Fiquei arrasado”, disse o músico. “Era uma música minha, e de repente ela não era mais.” Segundo Stanley, Ezrin ouviu a faixa e decidiu imediatamente: “Essa é para o Gene!”.

Mesmo com a discordância, os integrantes concordaram previamente que o produtor teria a palavra final no estúdio. “God of Thunder” passou então a ser interpretada por Simmons, que deu à faixa um tom mais sombrio e teatral.

A música se encaixou no personagem que ele vinha desenvolvendo nos palcos: o do “Demônio” do Kiss. Stanley, por sua vez, ficou com a sensação de ter perdido uma criação que considerava pessoal e potente. “Foi difícil e continuou sendo um ponto sensível, mesmo quando a ouvi terminada”, afirmou na mesma entrevista.

Com o passar dos anos, Stanley passou a ver a decisão com outros olhos. Ele reconheceu que a performance de Simmons deu outra dimensão à faixa. “É uma música tão do Gene… nunca teria sido tão grande se eu a tivesse cantado”, avaliou.

Mesmo assim, ele mantém o orgulho de ter sido o autor da composição. “Destroyer” foi o primeiro disco da banda a contar com produção de Bob Ezrin, já conhecido por seu trabalho com Alice Cooper.

O álbum marcou uma guinada estética, com arranjos mais elaborados e novas experimentações sonoras. A inclusão de faixas como “Detroit Rock City” e “Beth” ajudou o disco a alcançar grande sucesso comercial.

“God of Thunder” também se tornou presença obrigatória nos shows da banda, sempre interpretada por Simmons. A música reforçou o contraste entre os integrantes do Kiss, que desde o início adotaram personalidades distintas no palco.

A entrega vocal de Simmons combinava com a proposta dramática e pesada da faixa. Mesmo tendo perdido os vocais, Stanley deixou sua marca como compositor em um dos momentos mais emblemáticos do grupo.

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