O jornalista e crítico Steve Hyden da Upprox reacendeu o debate sobre qual seria o primeiro grande álbum indie. Ao revisar gravações entre 1967 e 1992, ele concluiu que The Velvet Underground & Nico marcou o ponto de partida da excelência independente.
A discussão começou após um leitor perguntar qual seria “o primeiro grande disco indie”. Hyden analisou quatro candidatos e colocou o álbum do Velvet Underground, lançado em 1967 pela Verve, como resposta imediata. Ainda assim, ele reconheceu a controvérsia: a gravadora era subsidiária da gigante MGM, o que levanta dúvidas sobre o uso do termo “indie” em sentido estritamente comercial.
Em seguida, o crítico destacou The Modern Lovers (1976), de Jonathan Richman, lançado pela pequena Beserkley Records. Embora o disco simbolize a independência total e tenha sido fortemente influenciado pelo Velvet Underground, Hyden observou que sua repercussão limitada o impediu de representar o gênero como um todo.
O terceiro candidato foi Murmur (1983), estreia do R.E.M., considerado um resumo do espírito alternativo dos anos 1980. No entanto, a rápida ascensão da banda ao mainstream enfraqueceu sua imagem de grupo independente, especialmente entre ouvintes mais jovens.
Por fim, Hyden mencionou Slanted and Enchanted (1992), do Pavement, como o marco indie mais lembrado por quem nasceu depois dos anos 2000. Mesmo assim, ele avaliou que situar o nascimento do “grande indie” nos anos 1990 seria um ponto de partida tardio.
Pesando influência cultural, relevância crítica e contexto histórico, Hyden voltou ao início da lista para reafirmar The Velvet Underground & Nico como a escolha definitiva — o disco que moldou a estética, a atitude e a sonoridade que ainda sustentam o universo independente.



