Hulk Hogan, ícone da luta livre, morre ao 71 anos

Luis Fernando Brod
4 minutos de leitura
Hulk Hogan. Foto: Divulgação.

O norte-americano Terry Gene Bollea, conhecido como Hulk Hogan, morreu na quinta-feira (24), em casa, na Flórida, segundo o TMZ.

A causa da morte não foi revelada. A informação foi confirmada pelo agente do ex-lutador ao portal norte-americano.

Nascido em Augusta, no estado da Geórgia, em 11 de agosto de 1953, Hogan se tornou símbolo da popularização da luta livre nos EUA. Durante a década de 1980, seu personagem ajudou a transformar a World Wrestling Federation (WWF) em um fenômeno de entretenimento.

A aparência inconfundível — bigode loiro, bandana e físico avantajado — fez de Hogan um rosto familiar na cultura pop. Seu carisma funcionou tanto no ringue quanto diante das câmeras de cinema e televisão, mesmo com recepção mista da crítica especializada.

Participou de produções como “Rocky III” (1982), onde interpretou o personagem Thunderlips, ao lado de Sylvester Stallone. Também protagonizou comédias como “O senhor babá” (1993), “Comando suburbano” (1991) e a série “Thunder – Missão no mar” (1994).

Hogan venceu 12 títulos mundiais ao longo da carreira — seis pela WWF e seis pela WCW, organização rival nos anos 1990. Entre 1984 e 1988, acumulou 1.474 dias seguidos como campeão da WWF, segundo registros da própria empresa.

Foi ainda o primeiro atleta a vencer o torneio Royal Rumble por dois anos consecutivos, em 1990 e 1991. Esses feitos o colocaram como uma das figuras centrais da chamada “era dourada” do wrestling na televisão norte-americana.

Nos anos 2000, Hogan passou a explorar outros espaços midiáticos. Participou de reality shows, animações e fez aparições em séries. Foi o protagonista do programa “Hogan Knows Best”, exibido entre 2005 e 2007, focado no cotidiano de sua família.

Na animação “Hulk Hogan’s Rock ‘n’ Wrestling”, veiculada nos anos 1980, sua figura era representada de forma caricata e idealizada. Também dublou episódios de séries como “Frango Robô” e “American Dad”, ambas voltadas ao público adulto.

Nos anos 2010, envolveu-se diretamente com temas políticos, comparecendo a eventos republicanos e apoiando Donald Trump. Durante a Convenção Republicana, chegou a rasgar a própria camisa no palco, em referência a seu gesto clássico nos ringues.

Em 2012, Hogan esteve no centro de uma das disputas mais comentadas entre celebridades e imprensa dos EUA. O site Gawker publicou sem permissão um vídeo íntimo do ex-lutador, o que deu início a um longo processo judicial.

A Justiça determinou uma indenização de US$ 115 milhões, que, com acréscimos, superou os US$ 140 milhões. Posteriormente, as partes chegaram a um acordo de US$ 31 milhões, encerrando o litígio. A empresa Gawker faliu pouco depois.

Mesmo fora da luta profissional, Hulk Hogan manteve presença recorrente em eventos e programas especiais da WWE. Ao longo dos anos, sua imagem foi mantida por meio de licenciamentos, brinquedos, videogames e reprises de combates históricos.

A mistura entre força física, teatralidade e um personagem construído com apelo popular moldou parte da linguagem atual do wrestling.

Com a morte de Hogan, encerra-se um ciclo que teve início nos palcos improvisados da luta livre e alcançou a cultura de massa global.

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