Em 11 de novembro de 1974, o cenário musical brasileiro testemunhou um momento especial quando os cinco integrantes da banda paulistana Moto Perpétuo subiram ao palco do Teatro 13 de Maio, no tradicional bairro do Bixiga, em São Paulo, para lançar o álbum de estreia homônimo do grupo.
Formada por Claudio Lucci (violão, violoncelo e guitarra), Diógenes Burani Filho (bateria), Egídio Conde (guitarra), Gerson Tatini (baixo) e um jovem Guilherme Arantes (voz, teclados e composições), a banda foi uma das pioneiras no rock progressivo nacional.
Naquele mês de novembro de 1974, a gravadora Continental colocava no mercado o álbum Moto Perpétuo, que trazia 11 faixas inéditas. Destas, nove foram compostas por Arantes e as outras duas, por Lucci. Na época, ninguém imaginava que o grupo se dissolveria apenas um ano depois, em 1975, e que se tornaria o ponto de partida para a brilhante carreira solo de Guilherme Arantes, que se consagraria como um dos maiores nomes da música pop brasileira a partir de 1976.
Agora, 50 anos depois, os três integrantes remanescentes do Moto Perpétuo – Arantes, Claudio Lucci e Gerson Tatini – vão se reunir para celebrar essa história em um show especial. O evento, intitulado Moto Perpétuo – 50 Anos, acontecerá no Café Piu Piu, em São Paulo, no exato local onde funcionava o extinto Teatro 13 de Maio, palco do lançamento do álbum. A apresentação, marcada para o dia 11 de novembro de 2024, contará com convidados especiais e promete ser uma verdadeira viagem no tempo. Além do show, os músicos vão bater um papo com os fãs e lançar uma nova edição em LP deste clássico do progressivo nacional, que também já está disponível em formato digital pela Warner Music, atual detentora do catálogo da gravadora Continental.
No entanto, o encontro será marcado também por momentos de homenagem. O guitarrista Egídio Conde faleceu em 4 de abril de 2015, vítima de câncer, e o baterista Diógenes Burani nos deixou em 14 de abril de 2017. Com essas perdas, a reunião do grupo ganha um tom de celebração à memória dos dois companheiros que ajudaram a construir a trajetória do Moto Perpétuo.
Criada em 1973 e com uma curta existência até sua dissolução em 1975, a banda teve uma passagem meteórica, mas deixou sua marca no panorama do rock progressivo brasileiro. Ao contrário de muitas bandas que se inspiravam diretamente no som de grupos britânicos e norte-americanos, o Moto Perpétuo trouxe elementos da música brasileira para o gênero, criando uma sonoridade única que resistiu ao tempo.
Gravado entre setembro e outubro de 1974 no estúdio Sonima, em São Paulo, o álbum contou com a produção de Moracy do Val e supervisão de Pena Schmidt, nome que seria importante na produção musical do rock brasileiro nos anos 1980. Ao longo dos anos, o disco foi relançado em diversos formatos: em LP e cassete, em 1977 e 1989, e em CD, nas edições de 2002 e 2017. Embora o álbum nunca tenha se tornado raro, a reunião do Moto Perpétuo com Guilherme Arantes certamente é um evento incomum, dado o legado solo do artista.
Pra quem (ainda) não conhece a história desta fantástica banda, recomendo assistir ao vídeo abaixo, postado no canal Minha Vida em Vinil.
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