O clima de confraternização que marcou o festival Back to the Beginning, no Reino Unido, ganhou um tom diferente nas redes sociais. A apresentação, realizada no dia 5 de julho, reuniu ex-integrantes e convidados para homenagear as carreiras solo de Ozzy Osbourne e do Black Sabbath.
Entre os nomes presentes estavam Tom Morello, guitarrista do Rage Against the Machine, e David Draiman, vocalista do Disturbed. Morello atuou como diretor artístico do evento e participou de forma ativa na organização e curadoria dos músicos convidados. Embora não tenha se apresentado diretamente com Draiman, os dois dividiram o ambiente de bastidores e o palco de celebrações coletivas.
Poucos dias após o festival, no entanto, Draiman criticou publicamente Morello por elogiar o grupo irlandês Kneecap, conhecido por suas letras politizadas. A banda tem expressado apoio à causa palestina, o que desagradou Draiman, que já declarou apoio ao Estado de Israel em diversas ocasiões.
A tensão começou após entrevista de Morello ao programa Strombo Show, do apresentador canadense George Stroumboulopoulos. Questionado sobre o que tem escutado, o guitarrista citou o Kneecap como uma das bandas mais relevantes da atualidade. “Eles são claramente o Rage Against the Machine de hoje”, afirmou Morello, ao elogiar o conteúdo político e o engajamento do grupo.
A fala provocou reação imediata de Draiman, que usou sua conta no X/Twitter para criticar o posicionamento do colega de profissão. “Vergonhoso. De verdade. Gostaria de dizer que estou surpreso, mas não estou”, escreveu o vocalista, em resposta ao apoio dado ao Kneecap. “Pelo visto, minha família simplesmente não importa quando se trata das demonstrações de virtude do meu ‘amigo’ em favor de quem apoia o terror.”
David Draiman é descendente de judeus e tem histórico de envolvimento com o Exército de Israel, onde já autografou mísseis em visita oficial. O episódio foi lembrado pela própria banda Kneecap, que respondeu a Draiman diretamente na mesma plataforma. “Assinar bombas lançadas para matar crianças te torna, simplesmente, um grandíssimo filho da p#t@. Simples assim. Palestina livre.”
A resposta reforçou o tom direto e sem mediações que marca a comunicação pública do grupo, conhecido por seu ativismo político. O Kneecap é formado em Belfast e mistura hip hop com elementos tradicionais da cultura irlandesa, cantando em inglês e gaélico. Suas letras abordam temas como nacionalismo, pobreza urbana e conflitos históricos entre Irlanda do Norte e Reino Unido.
Apesar da polêmica, Tom Morello não respondeu diretamente às críticas de Draiman até o momento.
Shameful. Truly.
— David Draiman 🟦🎗️🇺🇸🇮🇱✡️☮️ (@davidmdraiman) July 12, 2025
Wish I could say I was shocked.
Guess my family doesn’t count, when it comes to my “friend’s” virtue signaling for those who support terror, and incite Jew hatred. https://t.co/tbRNB3jDu4
We don't care what religion anyone is…or if they've one at all.
— KNEECAP (@KNEECAPCEOL) July 13, 2025
We love all sound cunts.
Smiling and signing bombs dropped to murder kids and other people's families just makes you a straight up cunt.
Simple as.
Free Palestine 🇵🇸 https://t.co/QF72cP3PC5 pic.twitter.com/6Hvus2WB7m
Um lado defende direitos humanos. O outro lado defende limpeza étnica, apartheid e genocídio.