Back to the Future esconde, em sua famosa cena do baile, uma série de tributos a gigantes da guitarra, detalha Michael J. Fox no recém-lançado livro “Future Boy”.
No filme de 1985, Marty McFly surpreende os colegas de 1955 ao tocar “Johnny B. Goode”, de Chuck Berry. A escolha da canção já era um aceno direto ao pioneiro do rock, mas Fox conta que o número foi recheado de referências adicionais planejadas pelo diretor Robert Zemeckis, pelo coreógrafo Brad Jeffries e pelo professor de guitarra Paul Hanson.
Segurar o instrumento na altura do quadril e cair de joelhos sem errar uma nota imitava Jimmy Page. Passar a guitarra sobre a cabeça remetia a Jimi Hendrix. Saltar diante da pilha de amplificadores e executar o clássico “windmill” eram gestos associados a Pete Townshend, do The Who. Até a curta passagem de tapping serviu como lembrança a Eddie Van Halen.
Zemeckis confidenciou ao ator que os dias dedicados à filmagem desse número foram os mais divertidos do set. Fox admite que, apesar de a sequência quebrar o ritmo da história, ela trouxe “pura alegria” ao público e deu tempo para os espectadores processarem o beijo decisivo entre George e Lorraine.
Hoje, aos 62 anos, o astro reflete sobre a maratona de 20 horas diárias que dividia entre a série “Family Ties” e as filmagens noturnas do longa. “Levou quatro décadas para juntar todas as peças”, escreve ele. O livro ainda recupera as memórias de Fox em bandas adolescentes no Canadá, experiência que, mesmo breve, reforçou sua ligação com o rock e preparou o terreno para a cena que atravessou gerações.