Casas de shows britânicas correm o risco de encerrar atividades e repassar custos ao público caso o governo mantenha o aumento das taxas comerciais previsto para 2026.
Em carta aberta ao primeiro-ministro Keir Starmer, 11 entidades do setor de música ao vivo, entre elas Music Venue Trust, LIVE e National Arenas Association, pedem revisão imediata da reavaliação de business rates que dobrará — ou triplicará, no caso da SSE Arena Wembley — os impostos cobrados de arenas como O2 e Co-op Live.
Os signatários afirmam que a mudança, baseada em condições de mercado de 2024, ignora o período de baixa demanda de 2021 usado no cálculo atual. Mesmo com um limite de 30% no primeiro ano, o salto de tributos superaria qualquer alívio fiscal vigente, pressionando operadores já afetados por custos crescentes e margens apertadas.
Segundo a carta, centenas de espaços de pequeno porte podem fechar nos próximos anos, impedindo novos artistas de progredir até o nível de arena. O documento também projeta aumento nos preços dos ingressos, perda de milhares de empregos e redução no consumo em hotéis, bares e restaurantes próximos aos palcos.
Para mitigar o cenário, o setor solicita alívio imediato de 40% nas taxas, modelo parecido ao concedido a estúdios de cinema, além de uma reforma estrutural na forma de avaliação dos locais de eventos. As organizações pedem ainda uma mesa-redonda urgente com ministros para discutir soluções.
O governo, que recentemente apoiou o limite de revenda de ingressos e considerou um “levy” de £1 por bilhete para financiar espaços de base, ainda não respondeu às preocupações apresentadas pelo grupo.



