Daniel Ek deixa CEO do Spotify depois de vinte anos no comando da plataforma e migrará para o cargo de presidente executivo em 1º de janeiro de 2026.
O fundador sueco informou que, na nova função, dedicará mais tempo a estratégia de longo prazo, alocação de capital e questões regulatórias. Alex Norström, atual diretor de negócios, e Gustav Söderström, responsável por produto e tecnologia, serão promovidos a co-CEOs e continuarão a se reportar a Ek.
Em comunicado ao conselho, o executivo afirmou que a mudança lhe permitirá concentrar-se também em outras iniciativas, como a Prima Materia. No último verão europeu, o fundo liderou um aporte de €600 milhões na Helsing, empresa alemã que desenvolve drones e inteligência artificial para operações militares.
O investimento provocou reações negativas de artistas. King Gizzard & The Lizard Wizard, Xiu Xiu, Deerhoof e Wu Lyf retiraram músicas do serviço para protestar contra o que chamaram de “Dr. Evil tech bros”.
A saída de Ek ocorre em meio a críticas recorrentes sobre remuneração de criadores. Em 2024, o Spotify desmonetizou faixas com menos de mil reproduções, medida que, segundo músicos como Kate Nash e Simone Marie Butler, reduziu ainda mais a renda da categoria. No mesmo ano, Ek foi alvo de contestação ao afirmar no X (ex-Twitter) que “o custo de criar conteúdo está próximo de zero”. Posteriormente, recuou na declaração.
Woody Marshall, membro do conselho, declarou que a transição vinha sendo planejada “há anos” e elogiou a experiência de Norström e Söderström, ambos há mais de 15 anos na companhia.
Apesar da mudança, Daniel Ek garantiu que permanecerá “próximo das operações” e que o novo arranjo reflete modelos de governança comuns em empresas europeias.
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— Daniel Ek (@eldsjal) September 30, 2025