Em entrevista à revista Guitar World (via NME), Dave Navarro revisitou o período turbulento em que integrou o Red Hot Chili Peppers, entre 1993 e 1998. O guitarrista contou que enfrentou forte resistência do público ao substituir John Frusciante, além de sentir que nunca chegou a se encaixar de fato no grupo.
Frusciante deixou a banda em 1992, abrindo espaço para Navarro, então recém-saído do Jane’s Addiction. A formação gravou apenas um disco, One Hot Minute (1995), cuja recepção ficou bem abaixo da de Blood Sugar Sex Magik (1991). Segundo ele, as críticas recaíram injustamente sobre sua presença. “Se não gostavam de mim ali, deveriam culpar a banda. Eu só aceitei o convite”, disse.
Navarro descreveu-se como “um garoto gótico em uma banda de funk”, admitindo que o contraste estético e musical era evidente desde o início. “Parecia que eu estava tocando em uma banda cover com os integrantes originais”, afirmou, citando a diferença de referências artísticas como o principal motivo da “falta de conexão”.
Mesmo com a recepção dividida, One Hot Minute acabou se tornando o álbum mais vendido da carreira de Navarro até então. Ainda assim, em abril de 1998, o grupo anunciou sua saída e o retorno de Frusciante, que voltaria a liderar a fase mais popular da banda, com Californication (1999), By the Way (2002) e Stadium Arcadium (2006).
Anos depois, em 2020, Navarro e Frusciante voltaram a dividir o palco, tocando “Mountain Song” em homenagem a Andrew Burkle. No ano seguinte, o guitarrista se reuniu a Anthony Kiedis para uma versão de “Walk on the Wild Side”, de Lou Reed, durante um evento beneficente da Above Ground, organização voltada à saúde mental no meio musical.
Sobre o Jane’s Addiction, Navarro foi direto: após um desentendimento com Perry Farrell em 2023 e a interrupção da turnê, ele garante que a formação clássica não voltará a tocar junta. O caso resultou em processos mútuos entre os integrantes, ainda sem desfecho.



