David Bowie deixou um bilhete de 1995 no qual relaciona as 17 músicas que mais admirava, documento que agora será exibido ao público no recém-criado David Bowie Centre, na V&A East Storehouse, em Londres.
O centro, que abre as portas em 13 de setembro, reúne mais de 90 000 itens do arquivo pessoal do artista, entre eles esboços de um musical sobre a Londres do século XVIII iniciados antes de sua morte. Dentro desse acervo, curadores encontraram o “Memo for radio show – list of favourite records”, rascunho destinado a um possível programa de rádio em que Bowie pretendia tocar suas canções prediletas.
O repertório mostra o alcance eclético do músico. A lista vai da peça orquestral “Fantasia on a Theme by Thomas Tallis”, de Ralph Vaughan Williams, ao rock experimental “Tom Violence”, do Sonic Youth. Entre os destaques estão “Across the Universe”, dos Beatles — faixa que Bowie regravou nos anos 1970 —, “Beck’s Bolero”, de Jeff Beck, “Mother of Pearl”, do Roxy Music, e “The Electrician”, do The Walker Brothers.
Outros nomes citados incluem Miles Davis (“Some Day My Prince Will Come”), Little Richard (“True Fine Mama”) e a eletrônica ambiente de Edgar Froese (“Epsilon in Malaysian Pale”). O documento também lista composições de Charles Mingus, Ronnie Spector, Alan Freed e do outsider Legendary Stardust Cowboy, inspiração direta para o alter ego Ziggy Stardust.
Nesse mesmo projeto de arquivos pessoal do artista foi encontrado um musical secreto chamado, “The Spectator”, nove anos após sua morte.
Segundo a curadora Madeleine Haddon, o centro pretende aproximar o público do processo criativo de Bowie e inspirar novos artistas ao revelar detalhes íntimos como essa seleção musical.
