Enquanto a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, acontece em Belém reunindo líderes de todo o planeta, o mais recente trabalho da banda gaúcha Distraught ressurge como uma contundente representação artística da crise ambiental global. O EP “inVolution”, lançado em julho deste ano, ganha nova relevância durante a conferência climática da ONU ao refletir em peso e fúria os mesmos temas debatidos pelos líderes mundiais.
Com cinco faixas, “Bloody Mines”, “Extermination of Mother Nature”, “Aether”, “Truth Denied” e “Setfire”, o registro apresenta um conceito em que cada música simboliza um dos elementos da natureza (Terra, Água, Ar, Fogo e Éter), formando uma narrativa sobre destruição, decadência e resistência.
A sonoridade agressiva e as letras diretas denunciam a regressão humana diante da natureza. O título “inVolution” sintetiza a ideia de um mundo que, em vez de evoluir, caminha para trás, moral, espiritual e ecologicamente. “Vivemos um processo de involução. A humanidade está retrocedendo em consciência, valores e respeito pela própria natureza”, comenta o vocalista André Meyer sobre o conceito do trabalho.
O contexto atual torna o EP ainda mais simbólico. Enquanto chefes de Estado, ambientalistas e cientistas discutem soluções para conter o aquecimento global e proteger ecossistemas como a Amazônia, “inVolution” traduz a mesma urgência através da arte. O que os discursos da COP30 expressam em dados e políticas, a Distraught transforma em gritos, riffs e distorções, um espelho sonoro da crise que ameaça o futuro do planeta.
Faixas como “Extermination of Mother Nature” soam quase proféticas em meio às manchetes sobre queimadas, secas históricas e desmatamento. O EP funciona como um manifesto sonoro, lembrando que o metal também pode ser voz de resistência e consciência.




