Filme que traumatizou Tom Waits foi “The Pawnbroker”

Marcelo Scherer
2 minutos de leitura
Tom Waits. Crédito: Reprodução.

Em entrevista recente, Tom Waits contou que, ainda criança, entrou em uma sala de exibição esperando “algo na linha de Fellini”. Em vez disso, o projetor trouxe “The Pawnbroker” (1964), drama de Sidney Lumet que retrata um sobrevivente de campo de concentração tentando seguir a vida como penhorista em Nova York. As cenas densas, carregadas de violência psicológica, deixaram o jovem espectador confuso e abalado.

A situação ganhou contornos ainda mais surreais quando, logo depois, começou uma sessão de “Mary Poppins”, musical leve lançado no mesmo ano. Sem entender a programação do cinema, Waits pensou que se tratava de uma continuação ou parte de um único programa duplo. O contraste extremo entre o trauma do protagonista de Lumet e o otimismo da babá voadora levou o garoto a buscar uma ligação inexistente entre as produções.

“Achei que era um combo oficial e que as duas obras estavam conectadas”, recordou o artista. Ele afirmou que a experiência “o marcou” permanentemente, tornando-se a única vez em que um longa realmente o deixou com cicatrizes emocionais.

Hoje, ao revisitar aquela noite, o compositor usa o episódio como exemplo da força do cinema sobre a imaginação infantil. A lembrança também revela como a exposição a temas adultos sem mediação pode impactar um futuro criador, mesmo alguém que, décadas depois, construiria carreira reconhecida por narrativas sombrias e humor peculiar.

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