O Foreigner quase encerrou a sua trajetória no disco Head Games, revelou o vocalista original Lou Gramm durante o podcast Life of the Record (via Ultimate Classic Rock).
Entre 1977 e 1978, o sexteto somava dois álbuns multiplatinados, recheados de sucessos como “Feels Like the First Time” e “Hot Blooded”. Para o terceiro trabalho, lançado em setembro de 1979, a banda chamou o produtor Roy Thomas Baker, famoso pelos discos do Queen. Segundo Gramm, porém, as ideias do estúdio não apareceram e o resultado soou “inacabado”.
Além da recepção morna nas rádios, a arte de capa — uma adolescente apagando seu telefone da parede de um banheiro masculino — gerou protestos. O cantor recordou que, em Rochester, fãs organizaram uma fogueira pública para queimar LPs e camisetas do Foreigner.
O desempenho, ainda que comercialmente razoável, acendeu o alerta interno. Gramm contou que, diante da repetição de riffs e da repercussão negativa, ele e o guitarrista Mick Jones discutiram a possibilidade de encerrar as atividades caso o próximo disco não fosse “realmente ótimo”.
A resposta veio com decisões duras: a saída do guitarrista Ian McDonald e do tecladista Al Greenwood. Reconfigurado, o grupo contratou o produtor Mutt Lange e recorreu a músicos de estúdio como Junior Walker e Thomas Dolby para diversificar o som. O esforço gerou “4”, de 1981, que recolocou a banda no topo das paradas com faixas como “Urgent” e “Waiting for a Girl Like You”. A mudança cimentou a permanência do Foreigner e garantiu fôlego para mais quatro décadas de carreira.



