IA clona voz de Jorja Smith: gravadora cobra indenização

Luis Fernando Brod
2 minutos de leitura
Jorja Smith. Crédito: Romany Francesca.

IA clona voz de Jorja Smith e a gravadora FAMM quer indenização pela faixa “I Run”, lançada em outubro pelo grupo britânico Haven.

O single viralizou no TikTok e apontava para as paradas do Reino Unido e dos Estados Unidos, mas foi removido dos serviços de streaming sob alegação de violação de direitos autorais e falsificação de identidade artística. Segundo a FAMM, a produção usou inteligência artificial treinada em todo o catálogo de Smith para replicar sua voz sem autorização.

Em comunicado no Instagram, o selo afirmou que “isto é maior do que uma artista ou uma canção” e declarou obrigação de denunciar o avanço da tecnologia antes que normas adequadas sejam aprovadas. A empresa deseja repartir eventual indenização com todos os compositores que colaboram com a cantora, proporção baseada na participação de cada um em seu repertório.

Depois da retirada, Haven relançou “I Run” com novos vocais humanos, mas a gravadora insiste que ambas as versões infringem os direitos da artista. O produtor Harrison Walker reconhece ter usado a plataforma Suno para alterar sua própria voz, prática que, segundo ele, “não deveria ser segredo”. O co-produtor Jacob Donaghue reforça que a composição e a produção permaneceram sob controle humano.

Procurada pela BBC, a Suno admitiu que seu software foi treinado com material protegido por direito autoral, alegando amparo no “fair use” para pesquisa. Não está claro se músicas de Jorja Smith integraram a base.

O debate sobre IA na música cresceu nos últimos anos. Em 2024, um estudo alertou para possível perda de 25% da renda de profissionais do setor até 2028. Grandes nomes como Paul McCartney e Kate Bush já pressionam governos por salvaguardas contra usos não autorizados dessas ferramentas.

Compartilhar esse artigo
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *