Ian Gillan virou assunto quando contou que não fazia ideia de que “Child in Time” aparece no trailer da quinta temporada da série Stranger Things.
Durante conversa recente com a revista Classic Rock, Gillan foi questionado sobre a inclusão da faixa de 1970, lançada no álbum “In Rock”. Surpreso, respondeu: “Não sei do que você está falando”. Ao saber que se tratava de uma produção da Netflix, completou: “Não tenho Netflix. Na verdade, nem televisão”.
Aos 80 anos, o cantor encara mais oito meses de estrada com o Deep Purple. Ele comparou a fase atual com o início da carreira e admitiu que o processo de composição mudou. “Quando garoto, escrevia sobre carros velozes e mulheres. Aos 30, senti que precisava abordar outros temas. É preciso adaptar-se para não parecer tolo”, afirmou.
Gillan também comentou os desafios físicos da idade, incluindo a perda de cerca de 70% da visão. “Nada mudou muito, só não consigo mais praticar salto com vara. As coisas ficam mais lentas, mas, se você mantiver o senso de humor, segue em frente.” Ele garantiu que ficará nos palcos enquanto tiver energia: “Se perder isso, paro. Não quero ser constrangimento para ninguém”.
A escolha de “Child in Time” segue a tradição de Stranger Things de resgatar clássicos do rock, já tendo impulsionado nomes como Kate Bush e Metallica. Para Gillan, porém, a repercussão ainda é novidade — uma inesperada conexão entre o hard rock dos anos 1970 e o público da plataforma de streaming.
