John Densmore relembrou como a química entre Jim Morrison, Robby Krieger, Ray Manzarek e seu próprio trabalho na bateria transformou o quarteto em referência do rock dos anos 60.
Em conversa por videoconferência com Ultimate Classic Rock, o baterista destacou que a mistura de poesia e música foi decisiva para a identidade dos Doors. Segundo ele, Morrison trazia versos complexos que o grupo convertia em arranjos coletivos, garantindo divisão igualitária dos créditos e, nas palavras do músico, “200% de empenho de cada integrante”.
O reencontro com essa história ganha força com a volta aos cinemas de “When You’re Strange”, documentário de 2009 recém-remasterizado em 4K. As sessões incluem entrevista inédita de Densmore e Krieger, além de uma nova versão ao vivo de “Riders on the Storm” gravada para o projeto Playing for Change com participação dos filhos de Willie Nelson e do produtor Don Was.
Densmore comentou ainda a surpresa de revisitar o Whisky a Go Go em abril, palco que lançou a carreira da banda. Ali, ele e Krieger tocaram o álbum “L.A. Woman” completo, enfrentando o desafio de executar “The WASP (Texas Radio and the Big Beat)” pela primeira vez ao vivo.
Sua lembrança sobre o processo de composição revela detalhes curiosos: “Riders on the Storm” nasceu de um improviso sobre o clássico country “Ghost Riders in the Sky”, enquanto “Light My Fire” surgiu com inspiração em acordes usados por John Coltrane. Para o músico, a simplicidade técnica dos primeiros discos — gravados em apenas quatro canais — foi superada pela força das canções, que continuam motivando debates seis décadas depois.



