King Gizzard e Bandcamp viraram o centro das atenções depois que o grupo australiano de rock psicodélico colocou toda a discografia na plataforma sob o modelo “pague o quanto quiser”, movimento que segue a remoção de suas músicas do Spotify em julho.
Na ocasião, King Gizzard & The Lizard Wizard protestou contra o investimento de US$600 milhões do CEO da gigante do streaming, Daniel Ek, na Helsing, empresa alemã que desenvolve drones e inteligência artificial para fins militares. Em mensagem nas redes, a banda pediu que os fãs “coloquem pressão nesses Dr. Evil tech bros”.
Agora, qualquer usuário do Bandcamp pode baixar títulos como “PetroDragonic Apocalypse; Or, Dawn Of Eternal Night…” e “Nonagon Infinity” pagando de zero dólar em diante. O resultado foi imediato: os 27 álbuns mais vendidos do site pertencem ao sexteto, ocupando todo o Top 25 digital.
O protesto dos australianos ganhou eco. Artistas como Xiu Xiu e Deerhoof já iniciaram a retirada de seus catálogos do Spotify, alegando que não desejam ver a própria arte associada a tecnologia bélica. A medida também reacende o debate sobre remuneração nas plataformas de streaming; recentemente, o serviço de Daniel Ek desmonetizou faixas com menos de mil reproduções, dificultando ganhos para novos músicos.
Enquanto críticas ao modelo de negócio do Spotify se acumulam, a estratégia “name your price” coloca o foco na relação direta entre banda e público, evidenciando caminhos alternativos para quem busca apoiar artistas fora dos grandes serviços.