Michael Jackson surge em fotos dos arquivos Epstein em meio a centenas de documentos divulgados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos na noite de quinta-feira, horas antes do prazo fixado pelo Congresso.
O material inclui imagens, vídeos e relatórios policiais reunidos na investigação contra Jeffrey Epstein, empresário preso em julho de 2019 por tráfico sexual e encontrado morto no mês seguinte. Entre as fotografias tornadas públicas aparecem também Mick Jagger, Bill Clinton, Diana Ross e o ator Chris Tucker. A presença dessas personalidades não indica conduta ilícita e alguns já negaram qualquer ligação com crimes do financista.
Parlamentares democratas e republicanos criticaram a quantidade de trechos cobertos por tarjas, alegando que o governo descumpriu o espírito da Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, aprovada em dezembro. O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, classificou a publicação de páginas quase inteiramente pretas como “incompatível com a transparência”. O deputado Ro Khanna, coautor da norma, disse que a liberação ficou “incompleta”.
Segundo o Departamento de Justiça, as omissões visam proteger vítimas, terceiros mencionados e dados sensíveis. As fotos divulgadas não trazem data nem contexto. Uma delas mostra Jackson ao lado de Clinton e Ross, com outros rostos ocultados. Outra reúne Jagger, Clinton e uma mulher com identidade preservada. Há ainda registros de Tucker em um jantar e ao lado de Ghislaine Maxwell, condenada em 2021 por recrutar menores para Epstein.
Sobreviventes de abusos ligados ao caso afirmam que a divulgação parcial frustra expectativas de acesso integral às evidências.



