Oito anos após a morte de Chester Bennington, Mike Shinoda ainda pensa no que a banda representa. Em entrevista ao podcast Broken Record, o cofundador do Linkin Park refletiu sobre o processo de luto e sobre como foi difícil encarar a perda do amigo. “Eu nunca quis que a nossa história terminasse daquele jeito”, disse Shinoda.
Chester Bennington morreu em julho de 2017, aos 41 anos. A notícia paralisou os fãs e deixou os integrantes do grupo em choque.
Shinoda revelou que, após o trauma, chegou a considerar o fim da banda. Mas não queria que aquela tragédia definisse a trajetória do Linkin Park. “Seria horrível se a gente se apagasse nas cinzas”, afirmou no episódio publicado em julho.
Para Shinoda, seguir em frente foi uma forma de homenagear o amigo. Ele não queria substituir Chester, mas preservar o que haviam construído juntos.
O primeiro gesto veio ainda em 2017, com o show Linkin Park and Friends: Celebrate Life in Honor of Chester Bennington, realizado no Hollywood Bowl, em Los Angeles.
O evento reuniu convidados como Blink-182, System of a Down, Alanis Morissette e membros do Korn. Foi uma forma pública de elaborar o luto com os fãs.
Mas o processo também foi íntimo. Em janeiro de 2018, Shinoda lançou o EP Post Traumatic, composto por músicas que abordam sua dor após a morte de Chester.
A faixa “Crossing a Line” marcou o momento em que ele percebeu que precisava dar um novo passo. “Era um território emocional completamente novo”, afirmou no podcast.
Shinoda também falou sobre a dificuldade de compreender o que Chester enfrentava internamente. Segundo ele, a depressão do vocalista era mais profunda do que qualquer um imaginava. “Havia uma escuridão que o consumia em silêncio”, comentou.
Essa intensidade se refletia em momentos de raiva, tristeza e confusão. Shinoda lembra que era difícil perceber o que acontecia, mesmo estando tão próximo.
Para ele, o suicídio de Chester não apaga tudo o que a banda viveu. Pelo contrário: reforça a importância de continuar a contar sua história de forma sincera.
Desde 2017, o Linkin Park não lançou novos álbuns de estúdio. Shinoda optou por desenvolver projetos paralelos e manter ativa sua criatividade.
Em nenhum momento houve anúncio de fim da banda. Mas também não houve pressa em “seguir como antes”. “A nossa volta foi difícil, mas o importante é saber que tentamos. E agora estamos aqui”, disse. A fala indica que o grupo continua refletindo sobre como se expressar sem perder sua essência. Para Shinoda, parar não era uma opção. “Seguir foi uma forma de curar”, concluiu.
O Linkin Park lançou em 2023 uma edição especial de Meteora, celebrando os 20 anos do álbum. A caixa trouxe demos inéditas com os vocais de Chester, como “Lost”, que chegou ao topo de diversas paradas.
Os fãs continuam presentes e atentos, e o futuro do grupo permanece em aberto. Por ora, Shinoda parece disposto a honrar o que a banda foi, respeitando o tempo de cada um.
A história do Linkin Park, ao que tudo indica, não terminou em 2017 — apenas mudou de forma.